São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Dallari quer manter acordo com saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo não vai admitir mudanças no acordo firmado entre a Fenaseg (Federação Nacional de Seguros) e a AMB (Associação Médica Brasileira) sobre os valores das consultas médicas em reais.
Segundo José Milton Dallari, assessor do Ministério da Fazenda, o assunto será discutido com o Ministério da Justiça para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
Pelo acordo firmado em 15 de julho último, os preços das consultas tiveram um aumento acima da inflação de 36%, passando de R$ 5,5 para R$ 10,07. Dallari disse que o governo reconheceu que os valores anteriores estavam baixos.
As seguradoras que operam com seguro-saúde aceitaram os reajustes, compromentendo-se a não repassá-los para as mensalidades dos segurados.
Em 19 de julho, a AMB rompeu o acordo. Segundo Dallari, seu presidente alegou que foi pressionado por médicos de 11 municípios de vários Estados. Um dos principais focos de resistência seria São Paulo.
Convênios médicos
Também ontem, os convênios médicos citados pela Ministério da Fazenda para a abertura de processo administrativo com base na Lei Antitruste se defenderam.
A Blue Life, Golden Shield e Unimed São Paulo teriam reajustado as prestações de seus planos de saúde entre 29% e 32% na conversão para a URV.
O que o governo autorizou para que as empresas cobrissem seus custos foi um aumento de 27% –portanto, haveria prática abusiva de preços nesses casos.
A Golden Shield diz que não praticou aumento fora do que foi acordado. Os aumentos na conversão teriam sido entre 17% e 23%. "A empresa não se sente passível de ser enquadrada na Lei Antitruste", alega Marcos Gasperini, advogado da empresa.
Ele diz que foi entregue anteontem para Dallari documentação na qual estão especificados e justificados os custos que incidem sobre os planos que operam.
A Blue Life reconhece que aumentou 30% seus planos na conversão para a URV. Luiz Alberto Teixeira Alves, diretor operacional, diz que esse acréscimo tem sua justificativa.
Os hospitais de São Paulo aumentaram suas tabelas entre 18% e 58%. Os médicos credenciados subiram 48,04% seus serviços, afirma.
Fora da capital, acrescenta Alves, a consulta aumentou 121%. "Se é que vai acontecer algum processo, o departamento jurídico vai discutir o que fazer."
A Unimed São Paulo, informa sua assessoria de imprensa, entregou ao Ministério Público, Procon e ao Ministério da Fazenda uma explicação para o aumento de 29,48% que praticou na "urvização".
Quarta-feira passada uma planilha de custos detalhada foi entregue ao Ministério da Fazenda, informa a empresa. Nesse documento estão justificados os aumentos que a empresa sofreu e os que ela aplicou.

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