São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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'Para a maioria dos meus clientes, eu passo Aids' Prostituta diz que homens pagam para não usar camisinha MARCUS FERNANDES
Ela aceita relações sem camisinha se o cliente pagar R$ 2,00 a mais. "Para a maioria eu passo Aids." A mãe morreu há dois anos, de Aids, contraída ao compartilhar seringas. "Só uso crack", disse. Ela usa crack há três anos, diariamente. Agência Folha - O que levou você a ser prostituta? Jessica - Gosto de ser livre. Agência Folha - Do que mais você gosta? Jessica - De roubar. Agência Folha - Você rouba seus clientes? Jessica - Não, com eles eu só faço maldades. Agência Folha - De que tipo? Jessica - Para a maioria eu passo Aids. Eles pagam para não usar camisinha. E a maioria é casado. Agência Folha - Você fala para eles que é portadora do vírus? Jessica - Eu não! Se falar, não arrumo mais dinheiro. Agência Folha - Você tem raiva dos seus clientes por ter contraído Aids em um programa? Jessica - Não. A melhor fase da minha vida foi depois que eu soube que estava com Aids. Agora, não tenho mais nada a perder. Não vou ficar muito tempo nesse mundo. Feliz é minha mãe, que morreu. Agência Folha - Você já se apaixonou por alguém? Jessica - Não. Minha paixão é o dinheiro. Agência Folha - Nem pelo pai da sua filha? Jessica - Não. E olha que ele dava um bom ladrão. Mas ele também morreu de Aids. Agência Folha - Os homens preferem adolescentes prostitutas? Jessica - A maioria gosta de saber que a gente é menor de idade. Agência Folha - Você sente prazer nos seus programas? Jessica - Não tenho tesão, mas finjo. Eu gosto é quando o cliente pede para que eu bata neles. Tem vezes que eu fico com a mão doendo de tanto bater neles. Agência Folha - Você recusa clientes? Jessica - Se eu não for com a cara dele, não adianta. Pode oferecer quanto for. (MF) Texto Anterior: Ex-prostituta ajuda meninas Próximo Texto: Curadoria não tem inquéritos Índice |
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