São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994
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Diversificação dá rendimento de 29,80%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira Folha de investimento rendeu 29,80% no período de 15 de junho a 15 de julho de 1994.
O presidente do Banco Cacique, Cesário Coimbra Neto, colocou o investimento do dinheiro em uma cesta diversificada de aplicações: fundo de ações, caderneta de poupança e fundo de commodities. Ele conseguiu uma rentabilidade superior à variação da Ufir (23,65%) na mesma época.
A aplicação no fundo de ações esteve ancorada na expectativa de sucesso do Plano Real. O fundo de commodities permitiu o resgate após o período inicial de carência de 30 dias. As cadernetas garantiram a vantagem da isenção do Imposto de Renda no período.
Os fundos de commodities tiveram uma certa perda no início do Plano Real com a queda da cotação do dólar. Mas passam a ser bom negócio agora, pois o investidor já entra com o deságio do dólar e voltou a variação da Ufir.
A expectativa é de queda gradual nos juros nominais, acompanhando a queda da inflação.
No final do mês passado, houve uma aceleração de preços. Isso fez com que houvesse "gorduras". A perda de poder aquisitivo da população fez com que as pessoas tivessem uma certa cautela em aceitar os novos preços. A tendência é ir reduzindo os preços com a eliminação dos excessos, diz.
O banqueiro trabalha com expectativa de inflação entre 4,5% e 5% para julho. Ela não vai refletir a inflação em real. É mais resultado da fase de transição, diz. Em agosto, a inflação deve cair para 1,5%.
Coimbra Neto entende que o CDB com variação pela Taxa Referencial é uma boa aplicação, pois foge do problema de alta carga tributária em período em que a Ufir (base de cálculo de impostos) não varia. O problema é que o prazo mínimo da aplicação em CDB com indexação em TR é de no mínimo 120 dias.
Os fundos de ações dependem do cenário político e das pesquisas eleitorais. O mercado acionário se antecipa, comprando no boato para vender no fato.
Segundo Coimbra Neto, o mercado vê em Fernando Henrique a continuidade das regras do jogo. As Bolsas poderão subir, se antecipando à eventual vitória do candidato. No caso de Lula, o efeito poderá ser contrário, porque o mercado tem medo do desconhecido, afirma.
Em resumo, a Bolsa sobe com Fernando Henrique, por causa da tranquilidade de continuidade nas regras do jogo, enquanto dólar e ouro têm valorização associada às incertezas com a eventual vitória do Lula.
Ele acredita, no entanto, que se houver ágio no paralelo isso deve acontecer só para setembro ou outubro, mas ele não imagina percentuais muito altos. Independentemente da performance dos candidatos nas pesquisas eleitorais, a volta da inflação interna também pode ocasionar uma maior procura pelo dólar no paralelo.
O Banco Central tem reservas elevadas e o dólar deve "apanhar" bastante antes de subir, conclui o banqueiro.

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