São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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O reino encantado chega ao fim A criança vira paródia dos devaneios adultos na era pós-industrial A infância talvez tenha sido a mais duradoura das utopias concebidas pela modernidade. Como tantos outros ideais imaginados nos últimos 200 anos, o do mundo maravilhoso das crianças também entra em crise na era pós-industrial e pós-moderna. O aumento da violência contra crianças e o da criminalidade infantil, o abandono e o sacrifício a que estão sujeitas no centro e na periferia do capitalismo, o excesso de produtos tecnológicos destinados ao seu consumo não fazem hoje mais do que explicitar o outro lado deste sonho: uma caricatura perversa do próprio mundo adulto. Qual será o futuro desta idéia, a infância, e que criança é esta que aí está? Estas são as questões tratadas neste "Mais!" pelos psicanalistas Alfredo Jerusalinsky e Eda Estevanell Tavares, pelo filósofo Olivier Mongin, editor da revista francesa "Esprit", pela antropóloga norte-americana Nancy Scheper-Hughes e pelo também psicanalista Contardo Calligaris, colaborador da Folha, que ajudou na concepção deste número. Texto Anterior: Entenda a polêmica Próximo Texto: Vestida de feliz, a criança é a caricatura da felicidade impossível Índice |
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