São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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Um legítimo Gilberto Braga, por fim
SÉRGIO DÁVILA
As duas novelas anteriores marcaram época na tênue história televisiva brasileira. Extrapolaram a tela e, de uma maneira ou de outra, influenciaram a "realidade" –a abertura de 1979 e a eleição de 1989. Até hoje pipocam cartas de telespectadores que pedem a reprise de "Dancing Days" no "Vale a Pena Ver de Novo" (atenção, Globo!). Até hoje, amigos trocam, como tesouro, fitas com capítulos de "Vale Tudo", que rendeu tese universitária inclusive. Não será diferente com "Pátria Minha". A novela é muito boa, no mínimo. E vem no momento ideal: pós-tetra, antes das eleições gerais de novembro, durante o Plano Real. É difícil avaliar o "estrago" que fará, com seu tom ufano-realista. Claro que se encontram maneirismos de Braga aqui e ali –afinal, ele é autor e tem estilo. Assim, a impagável Odete Roithman de "Vale Tudo" vira Raul Pelegrini (o grande Tarcísio Meira, o melhor ator de TV de sua geração disparado). Ele encarna o lado "mau". Neste mesmo núcleo estão a trambiqueira Vera Fischer (cada vez melhor) e uma peruíssima Marieta Severo. Sua primeira cena, em que pede para o mordomo, afetada, "duas gotas e meia" de adoçante no chá, já é antológica. O lado bom, geralmente muito mais sem sal que os malvados, não fica nada a dever aqui. Tem José Mayer, o perfeito herói nacional, Cláudia Abreu (meio forçada como uma adolescente de 17 anos, mas tudo bem) e a boa Renata Sorrah. O elenco é impecável, na maioria (tem até Lília Cabral). Sorte, as modelos ficaram restritas a um núcleo mínimo. Gilberto Braga não permitiria. Texto Anterior: "Parabéns ao SBT por 'Éramos Seis'"; "Novela é verdadeira sem vilões ou heróis"; 'Globo dá uma goleada nos concorrentes' Próximo Texto: 'Batman' volta sem polêmicas Índice |
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