São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cardápio do futuro será mais leve

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A tendência do mundo moderno é conciliar uma alimentação leve (com pouco teor de gordura) e bastante diversificada com produtos de rápido preparo e fácil digestão.
"Cada vez mais, as pessoas passam a consumir comidas rápida, tipo fast-food, e exigem a diversificação. Ninguém quer mais só arroz, feijão e bife", diz Vicente Guedes, assessor da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Atualmente, diz Guedes, até a agropecuária está se preparando para atender a esta tendência. Um exemplo é o aumento da produção de carne de frango, que tem menos gordura e preço mais barato.
Massas aditivadas –aquelas que já vem com tempero ou recheios–, congelados e os alimentos pré-preparados também ganham espaço nesta tendência.
"Muitas vezes, estes produtos já ganham espaço na relação custo-benefícios: são mais caros, mas não se gasta tempo para prepará-los, nem temperos ou gás," diz a nutricionista Beatriz Tenuta Martins, presidente do Conselho Regional de Nutricionistas,
Guedes diz que o feijão, tão tradicional na mesa do brasileiro, perde espaço como fonte de proteína vegetal. "De preparo demorado, as pessoas tendem a diminuir o seu consumo."
Beatriz discorda. Para ela, o binônio arroz e feijão está muito arraigado entre a população para ser substituído.
"O feijão é uma marca cultural, o que torna difícil a sua substituição principalmente na população de baixa renda," diz Beatriz.
Outro problema é o preço dos produtos equivalentes ao feijão. Lentilha, ervilha e grão-de-bico são mais caros, lembra Beatriz.
O arroz (veja tabela ao lado) entra na discussão de uma alimentação mais saudável. Orivaldo Arf, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), diz que o arroz descascado (integral) é muito mais nutritivo do que o polido (branco).
"Proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais estão localizados principalmente nas camadas externas e são perdidos no processo de beneficiamento," diz.
Beatriz Martins diz que, apesar de mais nutritivo, o arroz integral dura menos quando armazenado e custa mais caro. "O arroz é um produto de safra e precisa ser armazenado em grandes quantidades," diz.
Problema semelhante acontece com o açúcar mascavo (mais caro e nutritivo) e o branco.
Na linha do saudável, Beatriz diz que o oléo vegetal é preferível para a saúde e têm o mesmo valor nutritivo que o animal (banha e bacon).
(SB)

Texto Anterior: Importados são a atração do Shopping Morumbi
Próximo Texto: Girolando supera a média do holandês
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.