São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Tubarão arranca pé de surfista em Recife
FÁBIO GUIBU
O ataque ocorreu no final da tarde de anteontem, em frente ao edifício Acaiaca, ponto de encontro dos surfistas. O adolescente estava sentado na prancha, quando o tubarão o mordeu. "Ele deu uma mordida e eu tentei puxar meu pé da boca dele, mas não consegui. Aí ele deu outro puxão e arrancou tudo", disse Martins. "Depois que arrancou meu pé, o tubarão ficou batendo embaixo da prancha. Eu me deitei na prancha, saí remando e gritando socorro para o pessoal sair da água", afirmou o adolescente. Após chegar à areia, Martins foi socorrido e levado ao hospital da Restauração. Segundo o diretor-médico do hospital, Marcos Barreto, o estudante chegou sem o pé esquerdo, arrancado na altura do tornozelo. O rapaz, disse Barreto, não corre risco de vida, mas terá de ser submetido a nova cirurgia em dez dias para fechamento da lesão. Para o pesquisador e especialista em tubarões da Universidade Rural Federal do Estado Fábio Hazin, o ferimento indica que o animal media mais de dois metros. Segundo Hazin, ataques de tubarões em Recife estão se tornando frequentes e a situação já pode ser considerada "grave". Segundo ele, pelo menos 12 pessoas, em dois anos, foram mordidas por tubarões no Estado. O pesquisador acredita que uma das possíveis causas para o aumento das ocorrências seria um desequilíbrio ambiental. Aos banhistas, Hazin aconselha que não avancem no mar e que permaneçam antes da linha de arrebentação das ondas. Surfar, afirmou, tornou-se uma atividade de "alto risco" na área. Os movimentos dos surfistas na água poderiam provocar ataques. Para o pesquisador, interditar praias e colocar redes no mar são "medidas inócuas". Segundo ele, o que se deve é atacar as causas. Na próxima semana, Hazin inicia uma pesquisa sobre os hábitos alimentares e a ocorrência de tubarões no litoral de Pernambuco. A Prefeitura de Recife informou ontem que vai entrar em contato com a Capitania dos Portos e o governo do Estado para buscar uma solução preventiva contra os ataques de tubarão no litoral. Texto Anterior: Encontro reúne 1.500 educadores no ABCD Próximo Texto: Museu do Rio terá oficina de restauração Índice |
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