São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
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Juro confunde e tumultua varejo

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As taxas de juros negociadas entre a indústria e o comércio neste final de julho estão entre zero e 9% ao mês. A variedade é tão grande que chega a interromper negociações entre empresas.
A Associação Comercial de São Paulo, em consequência, recomenda aos lojistas para que reponham mercadorias em agosto, quando as taxas estiverem mais definidas.
"Há um tumulto no mercado para negociar juros. O comércio está adiando o que pode a reposição dos estoques", diz Emílio Alfieri, economista da associação.
"Acertar uma taxa de juros com os fornecedores é o principal problema do comércio hoje", diz João Alberto Ianhez, diretor da rede de lojas Arapuã.
Segundo ele, não faltam produtos. "Conseguimos repor mercadorias que saem. Só que as negociações são demoradas."
No levantamento da ACSP, as taxas negociadas entre as empresas variam hoje de 3% a 7% ao mês.
Na pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo, no último dia 18, a variedade de taxas ia de zero a 9%. "Os lojistas estão mesmo adiando as compras. Eles só repõem o que vendem", afirma Jean Claude Silberfeld, economista da federação.
A indústria eletroeletrônica, tradicionalmente, vende 80% do que programa até o dia 25 do mês. Neste mês, comercializou 50%, informa o diretor de uma empresa do setor que prefere não ser identificado. Razão: dificuldade de negociar juros.
Para agosto, segundo Alfieri, a previsão é a de que as taxas negociadas entre as empresas caiam para 4% ao mês. "Em economia estável, este juro ainda é alto."

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sobre juros nas págs. 2-3 e 2-6

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