São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Temporada lírica abre com "Carmen"
IRINEU FRANCO PERPETUO
Maestro: Isaac Karabtchevsky Com: Orquestra Sinfônica Municipal, Coral Lírico e St. Paul's Boys Choir Elenco: A - Jadranka Jovanovic (Carmen), Edmund Barham (Don José), Boris Martinovic (Escamillo) e Rosana Lamosa (Micaela), entre outros; B - Graciela Alperyn (Carmen), Benito Maresca (Don José), Thomas Potter (Escamillo) e Claudia Riccitelli (Micaela), entre outros Quando: hoje, 28 de julho e 2 de agosto às 20h30, dia 30 de julho às 17h (elenco A); dias 27 e 29 de julho e 3 de agosto às 20h30, dia 31 de julho às 17h (elenco B) Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 011/222-8698, região central) Quanto: de R$ 6,00 a R$ 13,00 São Paulo terá uma temporada lírica manca. Serão apenas duas óperas, sendo a primeira delas, "Carmen", em concerto. O maestro Isaac Karabtchevsky afirma que a versão de concerto foi uma solução de última hora. "Tentamos até um acordo com o Teatro Colón, de Buenos Aires, para obter cenários e figurinos, mas não foi possível." Graciela Alperyn, mezzo-soprano argentina que será a "Carmen" do elenco B, disse estar frustrada. "Desmarquei compromissos para vir cantar aqui e me dizem que a ópera vai ser em versão de concerto. Não é a mesma coisa". Alperyn, que vive na Alemanha e já gravou "Carmen" para o selo Naxos, afirma que na Europa são comuns versões de concerto para óperas menos conhecidas de grandes autores, como "Oberto", de Verdi, e "Rienzi", de Wagner. "Nunca vi uma "Carmen" em concerto", acrescentou. A cantora também ficou espantada com os problemas enfrentados pela Orquestra Sinfônica Municipal. "Na quinta-feira, não houve ensaio por causa de uma greve dos músicos. Sou uma profissional. Se não houver orquestra, cantarei acompanhada pelo piano. Se não houver piano, providenciaremos castanholas." Fabiana Holanda, assessora da secretaria, disse que não houve greve. "Os músicos paralisaram o ensaio por algumas horas porque o pagamento atrasou. Depois que foram pagos, retomaram o trabalho normalmente." Claudio Stephan, secretário da associação dos músicos da Sinfônica, também diz que não houve greve. "Houve apenas um problema administrativo, já resolvido. A ópera vai acontecer, mesmo sem cenários, o que é uma pena." São Paulo está há mais de dez anos sem ver "Carmen". Vai continuar sem ver, já que a versão de concerto é uma espécie de CD ao vivo. Espera-se que, pelo menos na montagem de "Madama Butterfly", prevista para o final do ano, estejam presentes os elementos cênicos que fizeram Wagner classificar a arte da ópera como "Gesammtkunstwerk" (obra de arte integrada). Texto Anterior: Atrizes eram proibidas Índice |
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