São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Criminalidade juvenil cresce nos EUA
FERNADO CANZIAN
Segundo relatório divulgado ontem pelo Departamento de Justiça dos EUA, os jovens norte-americanos com idades entre 14 e 17 anos bateram recorde em crimes cometidos no ano de 1992, com 118.700 casos graves registrados. Entre 1988 e 1992, os homicídios cometidos por jovens registraram um aumento de 55%. Os assaltos envolvendo violência tiveram alta de 80%, enquanto os roubos e os casos de estupro subiram 52% e 27% respectivamente no mesmo período. Em números absolutos, as cortes juvenis americanas registraram, em 1992, 2.500 homicídios, 77.900 assaltos, 32.900 roubos e 5.400 estupros. O levantamento do Departamento de Justiça dos EUA baseou-se nos arquivos de 1.500 cortes com jurisdições que cobrem cerca de 57% da população juvenil do país. No mesmo período, foram registrados outros 11.700 casos de crimes cometidos por menores de 18 anos que acabaram sendo transferidos para cortes de adultos diante da gravidade das ofensas. Essas transferências para cortes de adultos, segundo o levantamento, aumentaram em quase 70% entre 1988 e 1992. "Os criminosos e as vítimas de crimes nos EUA estão cada vez mais jovens. É uma combinação de desespero, falta de perspectivas e relacionamento com drogas", diz Wesley Skogan, cientista político que comentou ontem os resultados das estatísticas do Departamento de Justiça. Os jovens norte-americanos com idade entre 14 e 17 anos representam apenas 10% do total da população, mas são os autores e as vítimas de 23% do total dos crimes cometidos no país. Embora as drogas sejam apontadas como "estimulantes" da criminalidade, o número de registros de violações da lei relacionadas a elas diminuiu em 12% no mesmo período da pesquisa, somando 72.100 casos em 1992. O estudo afirma que apesar desse decréscimo, centenas dos casos de assaltos, homicídios e roubos começam por causa do consumo e tráfico de drogas. O Departamento de Justiça quantificou ainda outros 1.471.200 casos de "crimes leves" cometidos por jovens. Entre eles estão vandalismo, invasão de privacidade e molestamento sexual sem estupro. Nesses casos, o aumento médio entre 1988 e 1992 foi de 30%. (Fernando Canzian) Próximo Texto: País tem verba suplementar de US$ 2,9 bi Índice |
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