São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Premiê Berlusconi vive crise de imagem
FIONA LENEY
Referia-se às tentativas de estabilizar seu governo com o uso de cobertura extensiva em estações de TV sob sua influência. Mas também poderia servir para descrever outros sintomas que prejudicam a administração de Berlusconi, há três meses no poder. Há um sentimento de espanto generalizado perante a veloz deterioração das fortunas de Berlusconi e perante a profundidade do buraco político que ele conseguiu cavar para o seu governo. Um confronto imprudente com os juízes da Operação Mãos Limpas devido a esforços para reduzir-lhes os poderes foi considerado como uma tentativa de Berlusconi de proteger seus interesses. Os vastos interesses editoriais e de mídia que serviram de plataforma de lançamento à sua campanha eleitoral são agora um grande ônus político, à medida que os juízes da Operação Mãos Limpas emitem mandados de prisão contra executivos das empresas do premiê. A crise com os juízes fez o premiê recorrer à arma que o servira tão bem no passado –a TV. Mas sua aparição na Rete4, que controla, saiu pela culatra. Outro fator de irritação foi o volume de cobertura obsequiosa dedicado ao pronunciamento por seus outros canais. A recusa de Berlusconi de converter sua holding Fininvest em um fundo sob administração independente, antes das eleições, está voltando para assombrá-lo. À medida que crescem as acusações de corrupção contra seus auxiliares, o dilema de Berlusconi é que, em larga medida, o Fininvest é a Força Itália. O partido que ele criou no ano passado é dirigido e administrado por executivos do Fininvest. Seus mais próximos colegas de gabinete são seus ex-funcionários. Tradução de Paulo Migliacci Texto Anterior: Promotor pede 11 anos de prisão para ex-premiê socialista italiano Próximo Texto: Diplomata dos EUA discute Haiti no Brasil Índice |
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