São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Polícia de Santos faz blitz contra prostituição e prende 52 mulheres

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A Polícia Civil de Santos (72 km a sudoeste de São Paulo) realizou anteontem uma blitz na zona de prostituição da cidade.
Foram presas 52 prostitutas. A operação durou uma hora. Não foi encontrada nenhuma menor de idade se prostituindo.
Segundo a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), a blitz foi motivada por denúncias sobre a existência de adolescentes sendo prostituídas no centro da cidade.
No último domingo, a Folha publicou reportagem que aponta a existência de 6.000 adolescentes prostitutas em Santos.
Os estudos, feitos pela UniSantos (Universidade Católica de Santos), Pastoral da Mulher Marginalizada e pela psicóloga Maria Aparecida Gimenez Alves mostram que 40% dessas adolescentes possuem o vírus da Aids.
O médico chefe do hospital estadual Guilherme Álvaro, de Santos, Ricardo Hayden, classificou de "chocantes" os dados apontados pela reportagem.
O Guilherme Álvaro é referência na Baixada Santista para tratamento de pacientes com Aids.
"Esses dados são comparáveis aos de países da África e Ásia, como a Indonésia, conhecida como paraíso do sexo infantil", afirma.
Ele disse que 3,2% das gestantes que procuram o ambulatório do hospital estão com Aids.
Hayden possui dados que apontam um crescimento do contágio da Aids em mulheres na região. "Em 1987, de cada 36 doentes, uma era do sexo feminino. Hoje, em cada quatro pacientes, uma é mulher", disse.

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