São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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BC derruba juros do mercado financeiro

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os juros caíram e as Bolsas subiram ontem.
O Banco Central derrubou ontem as taxas de juros do mercado financeiro. A taxa do over caiu de 8,2% para até 7,0% ao mês.
No mercado futuro, a projeção de rentabilidade acumulada dos juros (DI) este mês caiu de 6,72% para 6,67%.
A queda nos juros era esperada há dias pelo mercado, uma vez que se espera uma inflação menor para agosto. Há quem acredite até mesmo em deflação (queda nos preços) no próximo mês.
O Banco Central colocou ontem a totalidade dos BBCs ofertados de 28 dias. Os papéis foram emitidos com rentabilidade de 4,88% ao mês, ou seja, dentro da expectativa do mercado, que variava entre 4,85% e 4,95% ao mês.
As Bolsas de Valores registraram altas ontem, acompanhando a queda nos juros e as expectativas das pesquisas eleitorais.
O índice da Bolsa paulista subiu 2,0% e o índice da congênere carioca (Senn) elevou-se 3,7%.
O mercado cambial está travado. Os exportadores estão fechando câmbio somente quando a cotação chega a um determinado valor fixado antecipadamente.
A cotação de venda (R$ 0,93) do mercado paralelo é a mesma desde 20 de julho.
O mercado financeiro aguarda mudanças na tributação das aplicações financeiras, que está dificultando a captação de recursos. A elevada carga tributária está induzindo o correntista a deixar o dinheiro parado na conta, para evitar retirar menos do que aplicou.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,19% no último dia 22. Segundo a Andima, a taxa do over variou entre 7,05% e 7,40% ao mês, contra a média de 8,18% no dia anterior. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 6,95% e 7,0% ao mês, contra a taxa média de 7,39% ao mês no dia anterior.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 11,9381% no dia 27. As taxas dos CDBs de 125 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 12% e 17% ao ano. As taxas dos CDBs prefixados para 30 dias variaram entre 13% e 57% ao ano.
Empréstimos

Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram entre 7,00% e 7,20% ao mês, contra a taxa média foi de 7,68% ao mês no dia anterior. Para 30 dias (capital de giro): variando entre 57% e 65% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,25%. Libor: 5,1875%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 40.772 pontos com alta de 2,0% e volume financeiro de R$ 151,2 milhões, contra R$ 112,7 milhões no pregão anterior. Rio: valorização de 3,7% (I-Senn), fechando com 15.683 pontos e volume financeiro de R$ 31,3 milhões, contra R$ 11,6 milhões no pregão anterior.
Bolsas no exterior
O índice Financial Times em Londres fechou a 2.423,00 pontos, contra 2.412,10 no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.345,37 pontos, contra 20.297,66 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,933 (compra) e R$ 0,935 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,934 (compra) e R$ 0,936 (venda). "Black": R$ 0,91 (compra) e R$ 0,93 (venda). "Black" cabo: R$ 0,91 (compra) e R$ 0,93 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,87 (compra) e R$ 0,95 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,17%, fechando a R$ 11,45 o grama na BM&F, movimentando 1,91 tonelada, contra 1,48 tonelada no dia anterior.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada ontem a US$ 1,5254, contra US$ 1,5310 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5868 marco alemão, contra 1,5858 na última sexta-feira. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,70 ienes, contra 98,47 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 387,00, contra US$ 384,80 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para julho fechou em 6,67% ao mês, de 3,65% para agosto e 3,25% para setembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,941 para 29 de julho, R$ 0,962 para 31 de agosto, R$ 0,979 para 30 de setembro e R$ 0,989 para 31 de outubro.
O índice Bovespa futuro fechou a 42.400 pontos com expectativa de valorização de 5,48% ao mês.

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