São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Jorginho acusa aeroporto, Receita e políticos

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O jogador Jorginho disse ontem que no aeroporto do Rio tem "um monte de ladrão" e que o ex-secretário da Receita Federal, Osíris Silva, quis se lançar politicamente ao renunciar no caso da bagagem.
O lateral participou em São Paulo do lançamento do livro "Atletas de Cristo", escrito pelo ex-piloto Alex Dias Ribeiro.
Estiveram presentes três dos seis atletas de Cristo da seleção brasileiro: Jorginho, Paulo Sérgio e Taffarel, além de outros jogadores e expoentes de outros esportes.
Os três tetracampeões falaram sobre o livro, que relata experiências pessoais de vários membros do grupo religioso. O tema dominante, porém, foi a bagagem.
Segundo Jorginho, os jogadores em momento nenhum se recusaram a pagar os impostos. Não teriam nem mesmo solicitado isso.
Só queriam ser liberados das formalidades de inspeção, pois estavam cansados e iriam ainda desfilar em carro aberto pelo Rio. Queriam ainda que a bagagem não ficasse no aeroporto do Rio.
"Quem está acostumado a viajar sabe. Se você deixar algo no aeroporto, simplesmente some. Eles chamam a gente de contrabandistas, mas lá tem um monte de ladrão", disse o lateral.
Jorginho, um dos líderes do grupo Atletas de Cristo, atacou também Osíris Silva. "Os políticos no Brasil estão desacreditados. O tetra é um oportunidade para alguém se lançar politicamente", disse, mencionando depois diretamente o ex-secretário da Receita.
Disse ainda que o caso serviu para desviar a atenção de problemas muito mais graves, como a CPI do orçamento e a fome no país, e para fazer "esquecer toda a corrupção que existe no governo".
"Existem pessoas do próprio governo que passam com muito mais e ninguém fala", acusou.

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