São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994
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ROCINHA

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Na sua primeira apresentação em São Paulo, a Coopa-Roca -Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha- surpreendeu com um desfile alegre e original. Uma característica marcou a apresentação: a espontaneidade.
O inusitado ficou por conta do uso de alguns tecidos próprios para o inverno, numa coleção de verão; veludo, crepe e outras texturas mais grossas, criadas através da colagem de retalhos.
As costureiras da Rocinha, sob a coordenação de Maria Teresa Leal, trabalharam com sobras, muitos cedidos por fábricas de roupas e com materias alternativos. Tudo muito colorido.
Ao som de "Lata d'Água na Cabeça", as modelos entraram na passarela com mãos e braços cobertos por espuma de sabão, algumas com latas mesmo na cabeça.
Predominaram as criações artesanais. Alguns exemplos são as saias feitas com tiras de jérsei aplicado em cima de lycra e as microssaias em crochê com tiras de musseline.
A coleção trouxe umbigos de fora, calças baixas amarradas na cintura, jeans, bustiês coloridos e coletes em patchwork, numa moda jovem, alegre e com referências populares -o único equívoco foi o look cigano- dark demais.
No final, algumas costureiras da Rocinha –entre elas, Ana Maria da Silva, 50, chorando– entraram com as modelos e foram aplaudidas de pé.

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