São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994
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Polícia britânica é acusada de 'erro grave'

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

Líderes judaicos e israelenses acusaram as forças de segurança britânicas de cometerem "erros graves" nas explosões de duas bombas em Londres num prazo de 13 horas.
As entidades judaicas haviam procurado a polícia há um mês para pedir reforço do policiamento diante de ameaças de grupos fundamentalistas islâmicos de retaliarem em qualquer parte do mundo ações de Israel no Oriente Médio.
Ontem, o governo britânico ordenou proteção de 24 horas em cerca de cem prédios ligados a Israel ou entidades judaicas no Reino Unido. Bairros com grande presença judaica também tiveram policiamento reforçado.
Um carro-bomba explodiu diante da Embaixada de Israel às 12h10 de anteontem (8h10 em Brasília), causando 14 feridos leves. Pouco antes da 1h de hoje, um outro carro-bomba explodiu diante da sede da Joint Israel Appeal, organização que coleta fundos para causas sionistas e judaicas.
Cinco pessoas ficaram feridas na segunda explosão, nenhuma delas dentro do prédio.
O adido militar israelense em Londres, general Azriel Nevo, comentando a ação da polícia britânica disse: "É um vedadeiro disparate das pessoas daqui. Após o primeiro ataque era possível ter tomado já todas as medidas".
O comandante da polícia metropolitana de Londres, sir Paul Condon, disse que a cidade está sob ameaça de sofrer novos atentados e considerou muito difícil impedir a ação de terroristas suicidas.
Nos dois atentados, os carros-bombas foram abandonados minutos antes da explosão. "O que nos surpreende é a força e a ferocidade dos explosivos usados e a total desconsideração (dos terroristas) por suas vidas e de qualquer outra pessoa", disse Condon.
O governo britânico afirmou ter recebido ligação de "alguma parte do Oriente Médio" reivindicando os atentados ao grupo fundamentalista palestino Hamas.
Mas em Gaza, Jordânia e Síria, porta-vozes do Hamas, contrário ao processo de paz no Oriente Médio e à existência de Israel, negaram qualquer participação.
O governo israelense acusa o Irã e o grupo fundamentalista libanês Hizbollah (sustentado pelo Irã) de serem responsáveis pela onda de terror contra alvos israelenses ou judaicos, como a explosão em Buenos Aires no último dia 18.

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