São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cresce número de indecisos em São Paulo

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

A dois meses das eleições, pelo menos 12% dos eleitores de São Paulo ainda não sabem em quem votar para o governo de São Paulo. Na pesquisa anterior, o número de indecisos era de 8%.
Os dados são de pesquisa estimulada realizada pelo Datafolha no dia 25 de julho. Foram ouvidos 1.656 eleitores.
No levantamento espontâneo –quando o eleitor, sem informação sobre o nome do candidato, é convidado a dizer qual é a sua preferência– o número de indecisos é de 67%.
Essa falta de interesse pode ser explicada pelo fato de o foco das eleições deste ano estar voltado para a sucessão presidencial.
A expectativa dos candidatos à sucessão de Luiz Antonio Fleury Filho é reverter a falta de interesse dos eleitores com o início do horário gratuito no dia 2 de agosto.
O candidato tucano, Mário Covas, caiu quatro pontos percentuais em duas semanas. Oscilou de 54%, na pesquisa de 11 de julho, para 50% no levantamento realizado no último dia 25.
O candidato, porém, aparece com 10% das intenções de voto quando a resposta é espontânea.
Em segundo lugar, na pesquisa estimulada, aparece o candidato do PMDB, Barros Munhoz, com 9%, um a mais do que na pesquisa anterior.
A margem de erro desse tipo de amostragem é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Francisco Rossi, candidato pelo PDT, passou da quarta para a terceira posição na pesquisa. Rossi oscilou de 6% para 7%.
Os candidatos José Dirceu (PT) e Luiz Antônio de Medeiros (PP) estão empatados com 5% das intenções de voto.
O petista oscilou dois pontos percentuais (de 7% para 5%) e Medeiros um ponto (de 4% para 5%) em relação à última pesquisa.
Os chamados microcandidatos, Álvaro Soares Dutra (Prona), Ciro Tiziani Moura (PRN) e Eduardo Antonio Romanini Resstom (PSC), aparecem com 1%, 0% e 0%, respectivamente.
Mesmo com a queda, Covas ganharia no primeiro turno caso a eleição fosse hoje. É que a soma dos votos válidos de seus adversários atinge 27%, inferior ao índice de Covas.
Dirceu é o candidato de 22% dos eleitores simpatizantes do PT. A maioria (45%) diz que votará em Covas.
A cúpula da campanha petista atribui esse número ao desconhecimento do nome do candidato entre o eleitorado.
O partido acredita que o eleitor ainda não relaciona Dirceu ao PT e ao candidato do partido à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
O resultado também é alarmante para a cúpula do PMDB, já que 52% dos simpatizantes do partido pretendem votar em Covas. 21% dizem que votarão em Munhoz.
A taxa de rejeição ao candidato do PSDB ainda é baixa mas oscilou de 11% para 13%. O candidato com maior rejeição continua sendo José Dirceu (27%).

A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emilia de Franco e a estatística Renata Nunes Cesar. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. O levantamento de dados primários é coordenado por Ailton Gobira, Branca Lima, Magda Ribeiro e Mauro Carreão. A sistematização de dados secundários é feita por Wilson Chammas, Sávio Nascimento e Márcia Cintra. A coordenação da amostra é de Sandra Dorgan e Paulo Levi.

Texto Anterior: Discurso é 'carta de intenções'
Próximo Texto: Covas quer evitar debates para garantir vitória
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.