São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994 |
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Sequestro inventado mobiliza polícia no AM
ANDRÉ LOZANO
Há quatro meses, ela vinha mantendo um namoro com o sargento Flávio Monteiro Napoleão, do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de Manaus, sem que ele a conhecesse pessoalmente. O sargento só soube da real identidade da namorada anteontem. Segundo o advogado de Isis, Vilson Benayon, em março o sargento ligou por engano para a casa de sua cliente procurando por uma mulher chamada Marina. Ela se fez passar pela empregada da casa e disse que "a dona Marina chegaria mais tarde". Quando o sargento retornou a ligação, Isis, agora passando-se por Marina Sampaio Albuquerque Bevenutti, 21, começou a se insinuar. A partir daí, os dois começaram a se corresponder. Isis enviou ao sargento a foto de uma modelo recortada de uma revista de modas em que dizia ser ela. Nas poucas vezes em que Napoleão foi à sua casa, não conseguiu encontrar Marina. Isis, no papel da empregada de Marina, entregava-lhe as correspondências. O trecho de uma das cartas escritas por Isis e apreendidas pela polícia diz: "Meu Flavinho, eu criei você no computador do coração. Repita cem vezes que te amo. Quero junto com você construir cada pedrinha para fortalecer ainda mais o nosso amor. (...) Às vezes, penso que meus sonhos não existem sem você!!!". Na terça-feira, Napoleão falava com "Marina" no telefone quando ela disse que cinco homens tentavam entrar na casa e sequestrá-la. O sargento ligou à polícia. Quinze homens das polícias Civil e Militar foram deslocados para a casa de Isis. Quando chegaram, Isis, que continuou no papel de empregada, confirmou que a mulher havia sido sequestrada. A polícia iniciou a busca. Anteontem de manhã, Isis, acompanhada por seu advogado, contou a verdeira história. O delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, Mário César Nunes, disse que poderá solicitar exame de sanidade mental em Isis. Isis Carvalho não aparece em sua casa desde anteontem. Vizinhos disseram que ela tem um comportamento introspectivo. A Folha procurou Flávio Napoleão no Serviço Regional de Proteção ao Vôo, onde informaram que ele estava de férias. Texto Anterior: Passat com três corpos é deixado em rodovia Próximo Texto: Polícia prende italiano acusado de corrupção Índice |
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