São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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Berlusconi deve separar negócios e poder

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve anunciar hoje a criação de um comitê especial para supervisionar seus negócios, como forma de separar o exercício do poder de seus interesses empresariais.
Assessores do premiê, que não quiseram se identificar, disseram que o presidente da Itália, Oscar Luigi Scalfaro, e os presidentes da Câmara e do Senado devem ser encarregados de nomear o comitê.
Segundo a proposta, os gerentes das empresas do premiê teriam que receber aprovação do comitê antes de colocar em prática suas ações.
Berlusconi é proprietário de um conjunto de empresas, avaliadas em mais de US$ 7 bilhões.
Funcionários citados pela agência "Reuter" disseram que o anúncio oficial seria feito ao meio-dia de hoje (7h em Brasília).
O porta-voz do governo, Giuliano Ferrara, disse em entrevista à rede de TV RAI que Berlusconi divulgará nos próximos dias "a idéia geral e alguns detalhes de uma iniciativa que servirá para garantir sua autonomia política".
Berlusconi foi criticado por ter promovido um encontro no fim-de-semana entre diretores de seu grupo, o Fininvest, e seu gabinete, um dia antes da prisão de Salvatore Sciascia, executivo do grupo acusado de corrupção.
Os advogados do irmão do premiê, Paolo, disseram que ele não se apresentaria ontem à Justiça.
Paolo Berlusconi é acusado por Sciascia de ter dado a ele US$ 210 mil para o pagamento de propinas à polícia financeira da Itália.
Seus advogados tentaram negociar ontem a apresentação do acusado, mas não chegaram a um acordo.
O juiz Antonio Di Pietro, que ficou famoso por sua atuação na chamada Operação Mãos Limpas, de combate à corrupção, aparentemente recusou dar garantias a eles de que Paolo não permaneceria preso após prestar depoimento.

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