São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994 |
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Leila Pinheiro canta contra suas raízes
SYLVIA COLOMBO
Com: Leila Pinheiro e Paulo Belinnati Onde: Palace (al. dos Jamaris, 213, tel. 531-4900, Moema) Quando: hoje, às 20h Quanto: R$ 30,00 (camarote), R$ 25,00 (setor 1), R$ 20,00 (setor 2) e R$ 15,00 (setor 3) Duração: 75 minutos A cantora paraense Leila Pinheiro apresenta hoje no Palace um show introspectivo, cantando MPB e músicas de seus últimos discos. Este show encerra um ciclo na carreira da cantora. "Quero mudar de estilo e cantar sem compromissos com rótulos", diz ela. As apresentações no Palace têm montagem simples. "Não há cenário e nem banda, dispensei todos os que trabalhavam comigo", diz. "A fórmula piano e voz foi a melhor combinação que encontrei para interpretar músicas tão diferentes", diz. O show mescla bossa nova, blues, bolero, jazz e samba. No repertório estão composições de Chico Buarque , como "Vitrines" e "Beatriz", Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Charles Chaplin. Além das músicas de "Coisas do Brasil", Leila interpreta canções de seus quatro discos anteriores: "Olho Nu", "Alma", "Benção Bossa Nova" e "Outras Caras". "Escolhi as músicas entre aquelas que mais gosto de ouvir", diz ela. Leila Pinheiro toca piano e canta nas 18 músicas que compõem o repertório do espetáculo. O show tem a participação do violonista Paulo Belinatti, que acompanha a cantora desde o início da temporada, em março, no nordeste. Leila não se sente muito identificada com a música de sua terra natal: o Pará. "É muito regionalista, fala de temas específicos, como a miséria e a pobreza, e não empolgaria o público do sul", afirma. "Não existe pressão dos paraenses, eles gostam ver uma paraense fazendo sucesso, ainda que cantando outras coisas". A cantora se diz aliviada depois do término do contrato com a sua última gravadora, a Polygram. "Fiz minha obrigação com eles, que era a de gravar três discos e eles não se empenharam em renovar meu contrato", desabafa. Agora na Odeon, Leila Pinheiro acaba de gravar um disco, que deve sair até o final do ano. "A Odeon me respeitou mais, é uma gravadora que faz o que o artista quer", diz. Além disso, os shows em São Paulo serão lançados em CD. "O público paulista é especial e o show aqui será mais requintado", completa. "A idéia de gravar um disco ao vivo é interessante porque muda a postura das pessoas que comparecem". Segundo ela, os shows no Palace não restringem seu público. "Identifico meus fãs na classe média para baixo", diz ela, recusando o rótulo de cantora elitista. O show "Leila Pinheiro Solo" fica em cartaz na cidade até amanhã. Leila deve se apresentar ainda no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, para depois encerrar a temporada com shows no Pará. "Vou fechar em casa, com chave de ouro", diz ela. Índice |
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