São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
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Futuro da educação está nas redes de TV e na informática, diz estudo

LUÍS EDUARDO LEAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Reduzir a distância entre a combalida educação brasileira e avanços tecnológicos recentes –como a crescente sofisticação de redes de computadores interligados– é a idéia defendida pelo professor Nelson Pretto na tese "A Universidade e o Mundo da Comunicação".
O trabalho, que lhe garantiu o doutoramento pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, começa com a citação de uma reportagem sobre a chegada da televisão, em novembro passado, a um vilarejo no interior do Piauí.
Nota o professor que a primeira transmissão de TV no local é captada em uma escola e que, "sintomaticamente", a tela do aparelho está voltada para o lado de fora.
"A escola ignora a grande variedade de informações disponíveis nos meios eletrônicos de comunicação", diz Pretto.
Segundo o professor, "é preciso ajudar o aluno a selecionar as informações disponíveis e ser crítico em relação a elas".
Entre os avanços tecnológicos –mais perceptíveis no exterior do que no Brasil– estão a contínua especialização dos canais de TV e a crescente complexidade das redes de computadores interligados.
Na tese, o meio escolhido para reverter a distância entre o atraso da educação e os avancos da técnica é a "formação do professor".
"Mesmo o aluno pobre de uma escola pública precária tem, na novela de televisão, por exemplo, a chance de observar um mundo que está de pé", diz.
Pretto prevê a falência próxima das aulas expositivas e da aprendizagem pela repetição.
"É preciso ajudar o professor a educar o analfabeto que, em breve, não será mais aquele que não sabe ler ou escrever, mas o que não souber ler o mundo das imagens e informações".

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