São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria reproduz cheiro da fruta no pé

Aromas naturais chegam ao mercado em dois meses

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O cheiro da fruta no pé já está substituindo o da fruta colhida na produção de aromas para a indústria. Lançado nos EUA em junho, o "sabor ao vivo" estará no Brasil em 60 dias, comercializado pela IFF Essências e Fragrâncias.
Para se chegar ao "sabor ao vivo", a IFF (International Flavors and Fragrances), controladora da IFF brasileira, pesquisou durante dez anos e investiu US$ 4 milhões.
O diretor geral da IFF no Brasil, Guilherme Paixão, diz que foram feitos testes cegos (sem que a pessoa soubesse o que estava experimentando) e o "sabor ao vivo" foi considerado melhor do que o tradicional em uma proporção de quatro para um.
Segundo Paixão, a fruta depois que é colhida do pé começa a sofrer um processo de transformação que altera suas substâncias.
Por isso, o aroma arificial feito pela indústria, imitando o da fruta, também se altera dependendo do momento em que é feita a análise.
A IFF brasileira utiliza a fórmula da sede norte-americana e a adapta às matérias-primas locais e aos recursos da fábrica.
A IFF pequisou os componentes voláteis (que formam o cheiro) cercando a fruta no pé com uma pequena garrafa e analisando o ar de dentro do recepiente.
No Brasil, os primeiros aromas disponíveis são morango, framboesa, tangerina e menta. O sabor cereja está sendo analisado, pois é um dos que mais se transforma e a IFF ainda não sabe como o consumidor vai reagir à mudança.
Paixão diz que o "sabor ao vivo" custará entre 25% e 30% mais caro do que o sabor normal, mas a influência sobre o preço final do produto será bem menor.
O cliente da IFF terá a vantagem de utilizar na embalagem de seu produto o logotipo do "sabor ao vivo".
Em 1993, a IFF faturou US$ 70 milhões e tem uma previsão de crescimento de 5% a 10% em 1994. Entre seus clientes no Brasil estão: McDonald's, Nestlé e Gessy-Lever.
Além de frutas, a nova tecnologia pode ser utilizada em outras fragrâncias: cebola, alho, salsinha e para os produtos da linha de higiene e limpeza.
Sétima filial em faturamento do grupo IFF, que atua em 42 países, a empresa está investindo US$ 8 milhões em uma nova fábrica em Taubaté (SP), com 290 mil metros quadrados.
A fábrica que está em funcionamento fica em Guadalupe, zona norte do Rio, e tem 135 mil metros quadrados.

Texto Anterior: Dólar paralelo é péssima opção em agosto
Próximo Texto: Fábrica no RN exporta balas com Flintstones
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.