São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994 |
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Filhos se rebelam contra "pais-Woodstock"
ANTONINA LEMOS
Para marcar a data, um novo festival, com o mesmo nome e espírito muito diferente, acontece este mês nos EUA. Hoje, os hippies da era de Woodstock são senhores respeitáveis. Muitos destes são pais de teens dos anos 90. Esses garotos foram criados comendo arroz integral e sentindo cheiro de incenso. E, mais ainda, nasceram com a obrigação de ajudar seus pais a mudar o mundo. Foi o mundo que mudou. E os adolescentes dos anos 90 sabem que transformar as coisas é difícil. "Eles são mais adaptados à vida", diz Elisa Dias Baptista, 40, mãe de Brisa, 21, e Estrela, 19, duas teens meio céticas quando o assunto é revolucionar as coisas. O escritor Dau Bastos, 35, autor do livro "Das Trips Coração", outro herdeiro de Woodstock, concorda. "Eles não têm mais aquela sede de mudanças", diz. Para ele, a juventude de hoje é mais saudável, "porque sabe que não é preciso morrer por um ideal." Dau é pai de João, 15, um garoto que foi criado de maneira "superalternativa". João é um nostálgico assumido e diz que gostaria de ter sido jovem na época de Woodstock, "quando as pessoas eram mais legais". Apesar da nostalgia, João diz que não gostaria de comemorar os 25 anos de Woodstock no festival de 94, que acontece nos dias 15 e 16. Tanto para o pai como para o filho, o festival não passa de uma armação. "Reviver o passado é uma idéia catastrófica", diz Dau. João faz cara feia para algumas das bandas programadas para o festival. "Odeio Red Hot Chilli Peppers." LEIA MAIS Sobre pais hippies e filhos caretas à pág. 6-3. Próximo Texto: ONTEM E HOJE Índice |
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