São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Assessor de Palmeira faz campanha cara

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Carlos Abraão Moura (PMN), assessor do senador Guilherme Palmeira (PFL-AL), faz uma das campanhas mais caras para deputado estadual de Alagoas.
A acusação de que Moura teria recebido propinas da empreiteira Sérvia foi um dos fatores que enfraqueceram o vice de FHC.
Moura tem um dos comitês mais sofisticados da campanha na região central de Maceió. O aluguel mensal de uma casa semelhante não sai por menos de R$ 1.000,00. O comitê está aberto há um mês.
Pelo menos 14 cabos eleitorais trabalhavam no comitê ontem. O custo médio de um cabo eleitoral em Alagoas é R$ 150 por mês.
Moura espalhou 25 outdoors, cada a um custo de R$ 500.
Outro sinal de sucesso financeiro da campanha do assessor de Palmeira é a pintura de seu nome nas fachadas das casas no interior. Geralmente, os moradores cobram uma "taxa de aluguel".
A base de Moura no sertão é Delmiro Gouveia (a 280 km de Maceió), que foi visitada por Palmeira e FHC no final de junho.
Além do apoio do prefeito de Delmiro, Valter Alves de Carvalho, e de seis dos nove vereadores, Moura faz na cidade dobradinha com o candidato a deputado federal Vitório Malta, que é primo e cunhado de Rosane Collor, mulher do ex-presidente Fernando Collor.
Essa é a primeira eleição com estrutura sofisticada que Moura disputa. Ele tentou ser deputado estadual em 86, sem sucesso.
Em 88, Palmeira foi eleito prefeito de Maceió, mas Moura não conseguiu bom desempenho nas urnas e não foi eleito vereador. Palmeira, já prefeito, nomeou-o seu assessor de gabinete.
Advogado, Moura conseguiu passar num concurso público há cerca de cinco anos e se tornou procurador do Tribunal de Contas de Alagoas. Ao assumir o Senado, em 91, Palmeira o levou para seu gabinete, com o salário atual de R$ 2.500, pagos pelo Tribunal.
Palmeira disse a correligionários que se sente traído por Moura, que teria se beneficiado do cargo.
A Agência Folha tentou localizar Moura ontem. Porém, em sua casa ninguém atendia o telefone.
Sua mãe e a administradora de seu comitê, Lígia Gomes, disseram que ele estava fazendo campanha no interior, em local ignorado.

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