São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Universidade tem 54% de calouros "pobres"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Uma pesquisa socioeconômica da Universidade Federal do Pará sobre os candidatos ao vestibular deste ano apontou que 54,06% são considerados pobres.
Eles integram famílias cuja renda mensal é menor do que cinco salários mínimos. Os dados da pesquisa foram coletados na inscrição ao concurso.
O diretor do Departamento de Apoio ao Vestibular, José Augusto Fernandes, disse que os resultados contestam a idéia de que só entram na universidade pessoas de origem mais abastada.
"Os candidatos de famílias ricas estão preferindo trabalhar mais cedo para cuidar dos negócios, em vez de passar no mínimo quatro anos fazendo um curso universitário", disse o diretor.
Para o diretor, o segmento dos calouros pobres seria ainda maior (77%) se fosse incluída a faixa dos que têm renda familiar de até dez salários mínimos.
Segundo Fernandes, o critério de até dez salários mínimos para incluir famílias na faixa de pobreza é adotado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A situação socioeconômica da maioria dos candidatos é reforçada por outros dados: 53,71% dos aprovados moram em casas onde vivem de quatro a seis pessoas e 63,21% andam de ônibus.
O ingresso predominante de calouros pobres é uma tendência que vem se confirmando desde a primeira pesquisa sobre os inscritos, há 10 anos. Em 93, eles representaram 59,25% dos aprovados.
O chefe da Divisão do Vestibular, Mauro Sobrinho, afirmou que a pesquisa também derruba a idéia de que só alunos egressos de escolas particulares ou de cursinhos passariam no concurso.
Os dados apontam que 51,4% dos aprovados não fizeram cursinho. A maioria relativa (47,8%) fez o 2º grau em escolas públicas, contra 36,7% que vieram de escolas particulares.

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