São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Transmissão de foto agora leva dez minutos

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
DA REDAÇÃO

Até um ano atrás, fotografar um jogo de futebol fora de São Paulo exigia do repórter fotográfico três tarefas que consumiam mais de uma hora.
1. Depois de fazer alguns rolos de filme, ele precisava procurar um lugar para revelá-los.
Em cidades grandes e em jogos diurnos, esse lugar poderia ser um laboratório "one hour". Em outros casos, ele precisaria voltar para um quarto de hotel onde já teria instalado um pequeno laboratório.
Nessas condições mais ou menos improvisadas –nem sempre dá para vedar totalmente a luz ou garantir a temperatura adequada dos líquidos usados–, a qualidade de revelação já fica prejudicada.
2. Revelados os filmes, o fotógrafo escolhia então quais as fotos que seriam transmitidas. O ideal é que isso seja feito sobre uma mesa de luz (um tampo de vidro fosco com uma lâmpada por baixo), para que ele possa verificar se o foco, as cores e a iluminação estão boas.
Em viagens nem sempre é possível contar com a mesa de luz. As fotos, então, teriam que ser escolhidas "no olho", levantando-se o negativo sobre a cabeça, contra a lâmpada do quarto do hotel.
3. Escolhida a foto, esse pedaço do negativo era colocado em uma transmissora ligada a uma linha telefônica e começava a ser transmitida para o jornal.
No processo antigo, as transmissoras separavam a imagem em três cores: amarelo, ciano (uma cor clara, azulada) e o magenta (uma cor parecida com rosa-maravilha).
A transmissão de cada cor (ou lâmina, como são chamadas no jornal) levava em média dez minutos para chegar ao jornal. Cada lâmina aparece como uma imagem em preto e branco.
Só com as três lâminas transmitidas –ou seja, depois de meia hora– é que se podia ver a imagem colorida.
A câmera digital simplificou o trabalho. Feitas as fotos, o fotógrafo tira o cartucho onde as imagens são gravadas (leia texto ao lado) e coloca no computador que vai fazer a transmissão (Photolynx).
As imagens registradas vão aparecer, em cores, na tela do computador. O fotógrafo escolhe então quais serão enviadas, conecta o Photolynx a uma linha telefônica e começa a transmissão.
Se a linha estiver OK, a foto vai levar cerca de dez minutos para chegar, já colorida, ao jornal. O processo todo pode ser feito em menos de meia hora. (AESP)

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