São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Greve de oposição consegue adesão limitada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A greve geral convocada para ontem na Argentina teve impacto limitado. Sem o apoio da governista Confederação Geral do Trabalho (CGT), o protesto contra a política econômica do presidente Carlos Menem atingiu parcialmente Buenos Aires e foi totalmente ignorada em algumas províncias.
Bancos e instituições financeiras funcionaram normalmente. A maioria das escolas e os serviços públicos pararam. A maioria das lojas e escritórios estava aberta.
A greve teve grande adesão entre os trabalhadores do transporte coletivo. O governo liberou o estacionamento no centro de Buenos Aires para que as pessoas pudessem ir trabalhar de carro. O engarrafamento gerado foi o efeito mais sensível da greve na capital.
O governo declarou a paralisação ilegal. Foi a primeira vez em dez anos.
Alegando que os sindicatos que decidiram a paralisação não são representativos, o governo avisou que qualquer pessoa que aderisse à greve poderia perder o emprego.
"A greve atraiu mais gente do que o esperado", disse o líder sindical de oposição Victor de Gennaro. Sem dar estimativas de adesão, ele classificou a greve como uma vitória.
O sindicato dos trabalhadores nos transportes coletivos estimava que a adesão da categoria à greve foi de 90%. Os sindicatos de professores falavam de 85% de adesão entre seus filiados.
Esses são os sindicatos mais importantes ligados ao Movimento de Trabalhadores Argentinos e Congresso dos Trabalhadores, que convocaram a greve. Essas centrais sindicais tem peso muito menor que o da CGT.
Antonio Cassi, secretário-geral da CGT, disse que "a greve não é a solução". "Não houve uma adesão como a que esperavam os dirigentes qua convocaram a greve".
A Coordenadoria de Atividades Mercantis Empresariais disse que a atividade comercial foi normal no país inteiro ontem.

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