São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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OS HOMENS E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS

Fernando Henrique Cardoso
1961
Na época da renúncia de Jânio Quadros, FHC, 30, é professor de Sociologia na USP. Estuda "O Capital", do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883).
1964
O movimento militar pede a prisão de FHC. Ele se esconde no Guarujá. Em seguida, foge para o Chile, onde fica até 1967, quando vai para a França.
1968
De volta ao Brasil, FHC ganha concurso para a cátedra de Ciência Política da USP. É aposentado compulsoriamente pelo AI-5.
1970
O sociólogo passa a trabalhar no Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), que ajudara a fundar no ano anterior.
1974
FHC critica os grupos armados de esquerda. No ano anterior, já articulara a "anticandidatura" de Ulysses Guimarães (MDB) à Presidência.
1977
O sociólogo vai deixando de lado a atividade teórica. No ano seguinte, se lança candidato do MDB ao Senado. Fica como suplente de Franco Montoro.
1979
Na transição entre os governos Geisel e Figueiredo (1979 a 1985), FHC se engaja na campanha pela abertura política e pela anistia.
1982
Franco Montoro se elege governador de São Paulo pelo PMDB; FHC, suplente, assume sua cadeira no Senado no ano seguinte.
1984
Defende a emenda das diretas, rejeitada pelo Congresso em abril de 1984. Ajuda a articular a Aliança Democrática, para eleger indiretamente Tancredo Neves.
1985
FHC é líder do governo Sarney no Congresso até o fim do ano. Perde para Jânio Quadros a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Elege-se senador em 1986.
1988
FHC é líder do PMDB no Senado durante o Congresso constituinte. Rompe com o partido na discussão sobre os cinco anos para Sarney. Forma o PSDB.
1990
Líder do PSDB no Senado, articula aproximação com o governo Collor. Defende a adesão dos tucanos ao governo, ao contrário do senador Mário Covas (PSDB-SP)
1992
Após o impeachment de Collor, FHC ocupa o Ministério das Relações Exteriores (1992 a 1993) e o da Fazenda (1993 a 1994) do governo Itamar.
1994
Lança-se candidato do PSDB à Presidência, em aliança com o PFL. Após as denúncias contra Guilherme Palmeira (PFL-AL), é obrigado a aceitar Maciel.

Marco Maciel
1961
Maciel, 21, estuda Direito em Pernambuco. Dois anos depois, presidente da União Estadual dos Estudantes, opõe-se ao então governador Miguel Arraes.
1964
Maciel trabalha como assessor do novo governador de Pernambuco, Paulo Guerra, até 1966, quando se elege deputado estadual.
1968
Na época do AI-5, Maciel era líder do governo de Nilo Coelho (1967 a 1971) na Assembléia Legislativa pernambucana.
1970
Maciel elege-se deputado federal pela Arena. Em seu primeiro mandato, torna-se primeiro-secretário nacional do partido.
1974
No ano da vitória do MDB nas eleições para o Congresso, Maciel consegue se reeleger para a Câmara pela Arena.
1977
Maciel se torna presidente da Câmara. É um dos articuladores do "pacote de abril", que garantiu ao governo Geisel (1974 a 1979) maioria no Congresso.
1979
Maciel se torna governador nomeado de Pernambuco e passa a ser um dos principais articuladores, no governo, do processo de abertura política.
1982
Já no PDS, Maciel se desincompatibiliza do governo pernambucano para disputar vaga no Senado. Eleito, assume em 1983.
1984
Maciel se posiciona contra as diretas. No fim do ano, participa da formação da Frente Liberal, com dissidentes do PDS que decidem apoiar Tancredo.
1985
Já no PFL, Maciel assume o Ministério da Educação de Sarney (1985 a 1986) e depois o Gabinete Civil (1986 a 1987). Em 1987, o PFL rompe com o governo.
1988
Presidente do PFL -cargo para o qual foi escolhido em 1987– Maciel, rompido com Sarney, defende a redução do mandato do presidente.
1990
Após a eleição de Collor, Maciel assume a liderança da bancada do PFL. Reelege-se para o Senado. Em 1991, passa a ser líder do governo Collor.
1992
Maciel abandona a liderança do governo por não se considerar "habilitado" a defender Collor no processo de impeachment.
1994
Torna-se vice de FHC em agosto, após a renúncia de Guilherme Palmeira. Em maio, quando Palmeira foi escolhido, chegou a ser vetado por setores do PSDB.

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