São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Aumenta a identificação entre FHC e o Plano Real

MARCELO MENDONÇA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao Planalto está cada vez mais ligada ao Plano Real, que iniciou como ministro da Fazenda.
Cerca de um mês depois da entrada em vigor da nova moeda, 60% dos eleitores de FHC votam nele por causa do plano. No final de maio o índice era de 45%.
Já 18% dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votam nele porque foi um operário. Em maio o índice era de 17%.
Esses dados foram encontrados pelo Datafolha nos dias 25 e 26 de julho, em pesquisa nacional que ouviu 3.755 eleitores sobre a intenção de voto para presidente.
Os líderes são Lula (32%) e FHC (29%), em empate estatístico –a diferença está na margem de erro de dois pontos percentuais.
A variação mais significativa nos resultados obtidos pelo candidato do PT está entre os eleitores que votam em Lula porque ele "defende os trabalhadores" –de 16% em maio para 10% em julho.
O Datafolha perguntou a todos os entrevistados quais eram os pontos negativos dos dois principais candidatos.
A idéia do "estelionato eleitoral" lidera a lista de FHC: 5% dos entrevistados acham que ele fez o Plano Real "com interesses eleitoreiros". Para 3%, o próprio plano econômico é ruim.
A falta de curso superior ou cultura continua a marcar o candidato do PT –é o ponto negativo mais citado (9%).
Essa visão se complementa com o segundo ponto mais citado: para 8% dos entrevistados, Lula não tem competência para governar.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que os resultados estão coerentes "com a prática e a imagem de Lula e do PT".
Segundo ele, os pontos negativos "reeditam os preconceitos difundidos pelas elites em 1989, pelos quais um trabalhador não pode governar o país".
A Folha tentou ouvir a campanha de FHC sobre os resultados da pesquisa. Segundo a área de marketing, o único autorizado a comentar os resultados era o coordenador de comunicação, Sérgio Motta. Até as 19h, Motta não tinha respondido ao recado deixado no comitê, em Brasília.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emilia de Franco e a estatística Renata Nunes Cesar. A direção é de Eneida Nogueira e Silva. O levantamento de dados primários da pesquisa é coordenado por Ailton Gobira, Branca Lima, Magda Ribeiro e Mauro Carreão. A sistematização de dados secundários é feita por Wilson Chammas, Sávio Nascimento e Márcia Cintra. A coordenação da amostra é de Sandra Dorgan e Paulo Levi.

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