São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Maciel está no poder há 30 anos

ROGÉRIO ORTEGA ; LUCIO VAZ

ROGÉRIO ORTEGADa RedaçãoLUCIO VAZDa Sucursal de Brasília
A biografia do vice da aliança PSDB-PFL, senador Marco Maciel, tem poucos pontos de contato com a de seu colega de chapa Fernando Henrique Cardoso.
Enquanto o tucano fez a maior parte de sua carreira política nas fileiras oposicionistas, Maciel passou os últimos 30 anos em funções ou cargos ligados ao governo.
A mesma desenvoltura que teve ao participar dos governos que se sucederam, Maciel teve para deixá-los, no momento em que o poder estava para trocar de mãos.
Marco Antônio de Oliveira Maciel nasceu em Recife (PE) em 21 de julho de 1940. Estudante de Direito, presidiu a União dos Estudantes de Pernambuco em 1963.
Opunha-se ao então governador do Estado, Miguel Arraes. Após o movimento militar de 1964, já formado, tornou-se assessor do novo governador Paulo Guerra.
Deputado estadual (67 a 71), foi líder do governo na Assembléia Legislativa. Eleito deputado federal em 1970 e reeleito em 1974, sempre pela Arena, alcançou a presidência da Câmara em 1977.
Nesse ano, foi um dos articuladores do "pacote de abril" –decretos do governo Ernesto Geisel (74 a 79) que visavam garantir ao governo maioria no Legislativo.
Geisel fechou o Congresso em 1º de abril de 77, com base no Ato Institucional nº 5, alegando necessidade de reforma no Judiciário.
Após 14 dias, implantou por decreto uma reforma política que criou os senadores "biônicos" (indicados pelo governo), entre outras medidas. Maciel apresentou sugestões ao texto-base e se comprometeu com a reforma.
Ao se tornar governador de Pernambuco – nomeado em 1979, com o apoio de Geisel– Maciel tornou-se um dos articuladores do governo junto à classe política no processo de abertura.
Eleito senador em 82, já no PDS, foi um dos líderes do "racha" no governo que culminou na formação da Frente Liberal para apoiar a chapa Tancredo Neves/José Sarney (PMDB) em 84.
Cotado para vice da chapa, acabou cedendo o lugar para Sarney, que assumiu a Presidência com a morte de Tancredo, em 85.
Maciel foi ministro da Educação (85 a 86) e chefe do Gabinete Civil de Sarney (86 a 87).
Aderiu ao grupo de Fernando Collor no segundo turno da eleição presidencial de 89.
Reeleito senador em 1990, foi líder do governo Collor no Senado até setembro de 1992. Às vésperas da votação do impeachment na Câmara, afirmou não estar "habilitado" para a liderança.
Após o impeachment de Collor, Maciel –líder do PFL no Senado– e seu partido passaram a apoiar o governo Itamar Franco.

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