São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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PF investiga rede para extração de órgãos humanos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal suspeita que a organização criminosa que faz a emasculação (retirada do órgão genital) de meninos de Altamira (PA) também atue em outros Estados e até em outros países.
A Polícia Federal obteve indícios de que a mesma organização ainda assassinaria bebês para retirada de sangue e faria o sequestro de meninas com mais de 14 anos.
Os Estados onde ela atuaria são Maranhão, Piauí, Goiás, Espírito Santo, Amazonas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A organização teria conexões nos EUA, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), ligado ao Ministério da Justiça, se reuniu ontem para avaliar as investigações que a PF faz há 40 dias.
O ministro Alexandre Dupeyrat (Justiça) disse que só pedirá a abertura de inquérito policial depois de obter mais evidências sobre a atuação da organização.
O coordenador das investigações, coronel Euro Barbosa de Barros, disse que a PF interceptou um telefonema entre uma mulher de Altamira e um homem de Belém (PA), no qual eles negociavam o transporte do corpo de um bebê.
Neste telefonema, o homem que ligava de Belém teria dito que a organização estava mais interessada naquele momento no sequestro de meninas, possivelmente para a prostituição.
A PF trabalha com a hipótese de que a emasculação de meninos e o assassinato de bebês, com a retirada do sangue, serviriam para rituais satânicos.
A polícia já prendeu preventivamente seis pessoas supostamente envolvidas com a emasculação –duas delas são médicos.
Não está descartada a conivência da família de algumas vítimas com os crimes.
Há a suspeita de que muitas famílias se beneficiaram com a compra de bens, como fazendas.
Adoção
Hoje, o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, do Núcleo de Estudos de Violência da USP, entrega ao secretário da Segurança Pública de São Paulo, Odyr Porto, um dossiê sobre adoções ilegais de crianças.

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