São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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População cresce menos e envelhece

MÔNICA IZAGUIRRE ; CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Indícios de fraude verificados no Pará levaram o governo a divulgar ontem um resultado parcial do censo demográfico feito pelo IBGE em 1991. Sem os dados do Pará, o país tinha cerca de 141,87 milhões de habitantes naquele ano.
A divulgação dos dados parciais, ocorrida ontem, deveria ter acontecido em 90. Isto não foi possível, diz o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por falta de verbas.
Os números do Pará podem estar superestimados e estão sendo revistos. Se considerados, a população brasileira chegou, em 91, a 147,05 milhões –23,5% a mais do que em 80, no último censo.
Os mais interessados em superestimar dados populacionais são os municípios, pois com um número maior de habitantes podem pedir mais verbas ao governo.
Ainda que parciais, os números de 91 já asseguram que o ritmo de crescimento populacional caiu. As mulheres passaram a ter menos filhos e a população ficou, em média, mais velha.
Além de ter menos filhos, as mulheres passaram a participar mais da vida econômica. Em todas as regiões, cresceu a proporção de famílias chefiadas por mulheres.
No Nordeste, onde há proporcionalmente mais famílias chefiadas por mulheres em relação a outras regiões, as mulheres passaram a representar 19,5% dos chefes de família –contra 16,6% em 80.
Quanto à idade mediana (conceito que significa a linha divisória entre os 50% mais velhos e os 50% mais novos da população), a pesquisa indica que ela subiu.
Mesmo sem os dados do Pará, o fato já se confirma nos números relativos aos Estados e regiões.
Em 80, a idade mediana no Sudeste era de 22 anos. Em 91, passou para 25. Ou seja, a metade mais nova da população já não tem 22, mas sim, 25 anos. No Sul, o envelhecimento foi de 20 para 24.
Mesmo nas regiões onde era mais baixa, a idade mediana subiu: de 18 para 21, no Centro-Oeste, e de 17 para 19, no Nordeste.
Na divisão por várias faixas, aumentou a parcela de adultos (15 a 64 anos) e de idosos (65 anos ou mais) em todas as regiões.
No Sudeste, o grupo adulto passou a representar 63,6% da população, contra 61,7% em 80. O de idosos subiu de 4,2% para 5,2%.
O total de habitantes indica que a população cresceu oito vezes em relação ao início do século.

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