São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Vinherias unem preço e qualidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Escolher um bom vinho, nacional ou importado, em uma carta com mais de 50 opções não é privilégio dos frequentadores dos sofisticados –e caros– restaurantes de primeira linha da cidade.
O La Cave e a Vinheria Percussi são dois exemplos de que bebida de qualidade pode ser compatível com preço mais acessível (veja quadro ao lado).
Para acompanhar as massas e pratos italianos do La Cave estão disponíveis 20 marcas francesas, 21 italianas, sete americanas, cinco chilenas, cinco portuguesas, duas alemãs e 25 nacionais.
Os preços da garrafa variam entre R$ 7,97 (o italiano Pinot Grigio, safra 92) e R$ 81,00 (Chateau Raymond Lafon, francês).
"Há boas opções quando se avalia a relação entre custo e qualidade", diz Clóvis Siqueira, 56, proprietário do La Cave.
Siqueira cita o tinto espanhol Marqués de Murrieta (R$ 21, safra 88), o chianti Gonfalone (R$ 11,52, safra 92) e o frascati Trambusti (R$ 10,98, safra 93).
Na Vinheria Percussi, que mantém entre 40 e 50 marcas de nacionais e importados na carta de vinhos, destacam-se os italianos Bartasiolo (safra 89, R$ 40) e Gavi di Gavi (safra 92, R$ 30).
"Trabalhamos com vinhos nacionais –inclusive de produção própria– e vinhos italianos, que são os melhores para acompanhar refeições por não interferirem no sabor dos alimentos", diz Lamberto Percussi, 31, dono da vinheria.
Como escolher
O velho clichê "gosto não se discute" pode ser aplicado também à escolha do vinho –não há uma rígida etiqueta que impeça combinações da bebida com alimentos ou sua adequação a determinadas situações sociais.
Em relação à comida, porém, sabe-se que os vinhos tintos combinam com carnes vermelhas e molhos, enquanto os brancos acompanham melhor crustáceos, aves e peixes.
Os vinhos tintos devem ser tomados "frescos" (entre 160C e 18 0C) e os brancos, mais gelados (até 120C).
Tintos franceses encorpados –como os melhores da "família" Chateau, de Bordeaux– são os mais apreciados pelos especialistas para serem tomados puros.
"Os brancos secos e leves e vinhos fortificados secos, como os Jerez, são bons aperitivos", diz José Luiz Alvim, da Associação Brasileira de Sommeliers.
Segundo Alvim, a qualidade do vinho varia conforme uma conjunção de fatores, como o tipo de uva empregada, o processo de vinificação (produção) e se houve ou não envelhecimento.
Os vinhos espanhóis, por exemplo, costumam ter aroma semelhante ao de baunilha, devido ao prolongado envelhecimento em barris de carvalho.
O consumo de vinho no Brasil é ainda muito pequeno, se comparado ao dos principais países produtores da Europa –Itália e França.
No Brasil, o consumo per capita é inferior a três litros por ano, enquanto na França e Itália está acima de 70 litros por pessoa/ano.

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