São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Taxa de analfabetismo cai para 20% no país

CYNARA MENEZES ; MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de o censo constatar uma queda no índice de analfabetos em todos os Estados do país entre 1980 e 1991, estatísticas preliminares apontam que o analfabetismo ainda atinge cerca de 20% dos brasileiros (29,4 milhões).
Em 1980, 25,5% dos brasileiros acima dos dez anos de idade não sabiam ler e escrever. Mesmo sem os números do Pará, estima-se que o percentual de queda em todo o país foi de 22,51% na última década.
A taxa caiu porque o nível de escolarização melhorou para os mais jovens e os analfabetos mais velhos morreram. Isso provaria a falência dos programas de alfabetização de adultos.
Confirmaria ainda a tendência às diferenças nos índices de analfabetismo entre os grupos jovens e velhos.
No Sul, por exemplo, onde as taxas são baixas, há 3,8% de analfabetos entre 15 e 19 anos. Mas entre os que têm mais de 60 anos, a taxa sobe para 33,6%.
O número de chefes de família alfabetizados cresceu. Enquanto no último censo a maioria era analfabeta ou não tinha completado o primário, hoje a maioria tem no mínimo o curso primário completo.
No Nordeste, o número de analfabetos continua alto. Quase a metade dos chefes de família é analfabeta (46%) e os que possuem curso primário completo atingem apenas os 18,4%.
É na região Nordeste que estão os maiores índices de analfabetismo do país –37,54% da população.
Estados como Alagoas, Piauí, Maranhão e Paraíba ainda têm mais de 40% de analfabetos, o dobro do índice nacional.
As áreas urbanas continuam detendo os maiores índices de pessoas alfabetizadas em relação às rurais.
Em algumas regiões, como o Sudeste, a zona rural chega a ter quase três vezes mais analfabetos do que a urbana.
(Cynara Menezes e Mônica Izaguirre)

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