São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994
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Pai é acusado de matar filho na rua

ULISSES DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Bruno Vilas Boas da Silva, 5, morreu quarta-feira em Florínea (510 km a oeste de São Paulo) depois de ser atropelado pelo Escort placas RR-4523, de Cornélio Procópio (PR). O carro foi apreendido pela polícia e está amassado e com farol quebrado.
O agricultor Getúlio Vilas Boas de Paiva, 53, avô de Bruno e única testemunha do crime, acusa Márcio Vanderlei da Silva, pai do menino, de ser o autor do crime.
Paiva disse, em entrevista à Folha, que Márcio Silva, ex-funcionário municipal desempregado, ameaçou matar "alguém da família" caso sua filha, a empregada doméstica Eva Vilas Boas de Paiva, continuasse insistindo na Justiça em receber a pensão alimentícia que ele deixou de pagar a Bruno.
Ele disse ainda que Márcio, apesar de casado, teve um caso amoroso com sua filha e da relação nasceram Bruno, que ele reconheceu, e Débora, 2, cuja paternidade ele se recusou a assumir.
"Na segunda-feira, eu levei minha filha e a Débora para fazer o exame de DNA em São Paulo. Márcio também foi e voltou fazendo as ameaças", disse Paiva.
Ele afirmou que na quarta-feira levou os netos para passear no balneário municipal, que fica a quatro quilômetros da cidade. Lá, encontrou Silva, que bebia em uma lanchonete com amigos.
"Quando voltei com as crianças, Márcio pegou o Escort de um tio e acabou nos seguindo", afirmou Paiva.
Ele disse que as duas crianças estavam na garupa da bicicleta quando o carro passou por eles.
"Depois de uns 500 metros, ele fez o balão, retornou, atravessou a pista e jogou o carro contra a bicicleta. Com o choque, machuquei a perna e as crianças caíram no chão, ficando com fraturas expostas nas pernas", afirmou.
Segundo o avô, o carro, dirigido por Márcio, retornou depois de percorrer 300 metros de estrada.
"Peguei as crianças no colo para protegê-las, mas um novo choque tirou Bruno dos meus braços. Ele acabou sendo arrastado por 20 metros", disse.
Segundo Paiva, Bruno respirava com dificuldade quando foi socorrido por pessoas que estavam no balneário e passaram pelo local naquele momento.
O menino foi levado para a Santa Casa de Assis, onde chegou morto. Débora, com uma fratura na perna esquerda, sobreviveu.
Silva desapareceu da cidade depois do atropelamento.
A polícia já tomou o depoimento do avô.

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