São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994
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Rússia protesta contra bombardeio ocidental

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que o bombardeio de ontem pode prejudicar as negociações de paz na região.
Agora, quando o processo para um acordo de paz sobre a crise na Bósnia foi intensificado, ações desse tipo só podem prejudicar os esforços políticos que vêm sendo realizados, diz o comunicado, citado pela agência "Itar-Tass"
O texto afirma, porém, que os bombardeios foram causados por provocações dos sérvios. A Rússia é um aliado tradicional dos sérvios da Bósnia.
O secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, disse logo após o bombardeio que a ação é mais um passo da comunidade internacional para pressionar os sérvios a aceitarem o plano de paz para a Bósnia.
Ele advertiu que a Otan pode realizar novos ataques caso ocorram novas violações na zona de exclusão. Christopher disse também que a suspensão do embargo de armas na Bósnia "pode tornar-se inevitável".
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, David Johnson, disse que o bombardeio aos sérvios mostrou a determinação internacional em responder às violações de decisões do Conselho de Segurança da ONU.
Um porta-voz do Ministério do Exterior britânico disse que o país apoiava o ataque, mas não foi emitido nenhum comunicado oficial sobre o assunto.
O vice-presidente da Bósnia, Ejup Garnic, disse que a Otan deixou que se prolongasse a crise na Bósnia antes de tomar medidas concretas.
Ele disse que não sabia dizer se o ataque havia tido algum êxito. Segundo ele, os sérvios conseguiram transformar novamente Sarajevo em uma cidade onde não há comida nem medicamentos.
Trinta minutos após o ataque aéreo da Otan, franco-atiradores sérvios feriram três civis bósnios no centro da capital.

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