São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Alta temperatura Em 1966, recém-formado em Direito, Marco Maciel ganhou um emprego no gabinete do então governador de Pernambuco, Paulo Guerra. Quem o indicou para o cargo foi seu pai, José do Rêgo Maciel, velho amigo de Guerra. Sucessor de Miguel Arraes, que fora exilado pelo governo militar, Guerra empenhava-se em fazer a administração normalizar-se. Seu gabinete estava sempre aberto às lideranças pernambucanas e, assim, ali entrou um dia o coronel Chico Heráclito. Potentado rural no município de Limoeiro, Heráclito já entrara para o folclore da política nordestina e, mais tarde, serviria de modelo para um personagem do humorista Chico Anysio: o coronel Limoeiro. Firme na fala e na ação, Heráclito não esboçava cautela. Assim agiu ao ser recebido pelo jovem Marco Maciel. O assessor, já muito alto e esquelético, usava terno branco e gravata vermelha. O coronel reparou naquela figura comprida, fina e com um filete vermelho no peito. Já na sala de Guerra, perguntou a outro auxiliar: – Eu vi e queria saber: o que esse termômetro, filho do Zé do Rêgo, está fazendo aqui? Texto Anterior: Veneno puro Próximo Texto: Folha comprovou fraude com os bônus eleitorais Índice |
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