São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Atlas politicamente correto distorce países
FERNANDO RODRIGUES
Sua crítica aos antigos mapas-múndi era simples: "Não dá para descascar uma laranja e colocar a casca sobre uma superfície plana sem distorções." Já que considerava impossível representar as curvas do planeta com precisão em um pedaço de papel, Peters resolveu fazer algo totalmente diferente. Sua primeira providência foi desenhar um retângulo num papel e projetar todos os continentes. Dedicou áreas proporcionais para cada país. Um país que ocupe 5% da superfície da Terra ocupa também 5% do mapa de Peters. Apesar da boa intenção, o resultado gerou um mapa-múndi distorcido. Os continentes tomaram formas verticalmente alongadas. Peters argumenta que esse é o preço que se paga para se ter um mapa correto. Apesar de seu atlas nunca ter sido aceito pelo establishment, Peters é um dos responsáveis por popularizar a discussão sobre mapas melhores dimensionados. Um dos principais pontos defendidos por Peters –a linha do Equador desenhada no centro dos planisférios– é hoje considerada uma unanimidade. Por causa de distorções de projeção, era costume se desenhar mapas privilegiando o hemisfério norte em detrimento da parte sul. Em mapas antigos, a Groenlândia aparecia com um tamanho superior ao da América do Sul. A Groenlândia tem 2,1 milhões de km2 contra 17,8 milhões de km2 da América do Sul. Peters faz essa diferença aparecer. Outra idéia de Peters é fazer um atlas com proporções idênticas para todos os mapas. Seu atlas coloca todos os países representados com a mesma proporção, apesar de estarem em páginas separadas. PETERS ATLAS OF THE WORLD - Harper & Row, 230 páginas, US$ 50,00. Endereço: 10 East 53rd Street, New York, NY, Estados Unidos. Texto Anterior: Os meios e os fins Próximo Texto: Peters Índice |
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