São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994
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Brasilit vende menos e lucra mais

MARISTELA MAFFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

O faturamento caiu mais da metade; o lucro triplicou e a participação de mercado manteve-se inalterada.
Impossível?
Não para a Brasilit, do grupo francês Saint-Gobain, dona de 26% do mercado brasileiro de caixa d'água e telha de fibrocimento.
A operação assemelha-se a uma equação matemática difícil de ser memorizada, mas fácil de entender.
Em 1992 a Brasilit tinha pela frente problemas comuns aos de sua principal concorrente e vice-líder de mercado, a Eternit. O principal deles era a capacidade ociosa das fábricas de ambas.
Para resolvê-lo, elas decidiram unir parte de suas fábricas através da fundação de uma terceira empresa, a Eterbrás.
Tratou-se de uma associação somente para o elo da produção. No mais, tudo – entenda-se distribuição, comercialização, administração, estrutura operacional e jurídica – ficou como era antes.
Hoje, a Brasilit distribui, nos mercados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, produtos fabricados pela Eterbrás, através das unidades de Capivari (SP), Rio (RJ), Contagem (MG) e Goiânia (GO),
A empresa continua dona, sozinha, das fábricas localizadas em Esteio (RS), Recife (PE) e Belém.
Foi assim que, em 1992, a Brasilit, então dona de uma número maior de fábricas, faturou US$ 109 milhões. A manutenção de uma estrutura ociosa fez seu lucro beirar os US$ 13,4 milhões.
Em 1993, apenas com três fábricas, seu faturamento caiu para US$ 38,8 milhões. Mas o balanço final do exercício incorporou os lucros da "coligada" Eterbrás, o que gerou rentabilidade de US$ 18,4 milhões.
Em 1994 o grupo espera repetir o desempenho do ano passado. Carlos de Macedo Ferreira, diretor de relações com o mercado da Brasilit, avalia que o patamar permanecerá estável enquanto não houver reaquecimento do mercado de construçaõ civil.
Segundo Ferreira, os preços dos produtos de fibrocimento caíram, em dólar, perto de 8% em 93. Os principais concorrentes do setor são os fabricantes de telhas de barro – no caso das residências – , e de telhas metálicos, de aço galvanizado e de alumínio, quando tratam-se de galpões industriais.
O grupo Saint-Gobain é dono também da indústria de vidros Santa Marina, da Norton (abrasivos) e da Barbará (ferros fundidos). Fatura, no Brasil cifra anual próxima à US$ 1 bilhão.

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