São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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PARA ENTENDER O CASO

Na quinta-feira, 4, a Folha comprou da campanha do presidenciável Flávio Rocha (PL) um lote de R$ 140 mil em bônus eleitorais em troca de um cheque de R$ 70 mil
A Folha tentou adquirir bônus depois de receber a informação de que partidos estariam realizando vendas com deságio
Informações mais precisas apontavam para negociações feitas pelo PL, que havia apresentado o esquema a empresários de São Paulo
A transação, iniciada na sexta-feira da semana passada, foi concluída na noite de quinta-feira, nas sedes da Guararapes e Riachuelo, em São Paulo, empresas pertencentes à família de Rocha.
Foram dez telefonemas até a aquisição do lote de R$ 140 mil –28 bônus no valor de R$ 5 mil cada
A numeração de série dos bônus adquiridos, com a inscrição PARTIDO LIBERAL, vai de 2200299505 a 2200299532
As negociações foram feitas com Téofilo Furtado Neto, executivo da Guararapes e presidente da Comissão de Finanças do PL
A transação mostrou a existência de um mercado paralelo para a venda ilegal de bônus eleitorais com desconto
O esquema permite vários tipos de irregularidades contra a Receita Federal, como sonegação de impostos e "lavagem de dinheiro" (legalização de dinheiro ilícito)
Após a revelação da fraude pela Folha, na sexta-feira, 6, a Procuradoria Geral da República pediu que o TSE exigisse do PL a prestação de contas da campanha
Ainda na sexta-feira, a Polícia Federal, a mando do TRE de São Paulo, apreendeu os bônus da campanha de Rocha na sede da Guararapes
Anteontem, o TSE determinou que o PL tem 48 horas, após a notificação, para apresentar as contas da campanha eleitora

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