São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Missa em memória aos 20 anos da morte de frei Tito reúne 300 pessoas

DA REPORTAGEM LOCAL

O aniversário de 20 anos da morte do dominicano Tito de Alencar Lima, o frei Tito, foi lembrado ontem com uma missa na igreja de São Domingos, em Perdizes (zona oeste de São Paulo).
O cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, celebrou a missa. Participaram cerca de 300 pessoas, entre lideranças de movimentos populares, sindicalistas e amigos.
A lembrança de frei Tito, torturado pelo regime militar, motivou manifestações contrárias ao atual governo militar do Haiti.
Uma bandeira do país foi estendida no altar. No final da missa, Arns pediu "união em torno do povo haitiano".
Frei Tito foi preso pelo regime militar em 1969, acusado de subversão. Depois de ser torturado, tentou se matar cortando os pulsos.
Expulso do país em 1971, exilou-se no convento dominicano de La Glacière, na França.
Com a saúde mental abalada pela tortura, em agosto de 1974 ele se enforcou, aos 29 anos de idade, na cidade de Lyon.
O frei Xavier Plassat, que conviveu com Tito em Lyon, lembrou que ele alternava estados de ânimo e de depressão. "Carrascos quiseram deixá-lo louco", afirmou.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vicente Paulo da Silva, disse que a "relembrança em memória de frei Tito tem que servir de estímulo".
Arns citou uma passagem bíblica na qual o ladrão Barrabás ganhava a liberdade enquanto Jesus era crucificado. "Os inocentes podem sofrer enquanto são libertados os verdadeiros culpados",afirmou.

Texto Anterior: Fabricação nacional impulsiona balonismo
Próximo Texto: Shoppings lotam mas lojas vendem pouco
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.