São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Minorias étnicas têm política mais flexível

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

As 55 minorias étnicas da China contam com "mais privilégios" na política do governo para frear o crescimento populacional.
"Em geral, a idéia para estes grupos é convencer os casais a terem um número máximo de três filhos", diz Jiang Yiman em seu escritório em Pequim.
"Uygur", "dong", "boyei" e "yao" são nomes de alguns grupos que vivem num mosaico amplamente dominado pela etnia han.
Estes são 92% da população. Já as minorias tendem a viver nas regiões mais remotas do país, como na fronteira com o Cazaquistão ou nas montanhas tibetanas.
Ao mostrar mais flexibilidade, o governo evidencia dois objetivos.
Em primeiro lugar, Pequim não quer correr o risco de estimular protestos contra o governo central ao tentar implementar sua política de "um casal, um filho".
A idéia seria rejeitada em populações de maioria rural ou de tradição islâmica, como os uygures.
"Também fica mais difícil levar a mensagem do governo a populações que estão tão distantes", afirma a chefe de propaganda do Comitê Estatal.
Outra tese defendida é a necessidade de adaptar a campanha "às condições locais" de cada região, conforme definiu Peng Yu.
A descentralização da campanha se faz sentir, por exemplo, em Xangai, que com cerca de 8 milhões de habitantes é a maior cidade da China.
As autoridades locais preferem destacar a divulgação de dados sobre "como evitar a gravidez e o sexo antes do casamento".
A Confederação Nacional das Mulheres também colabora com o trabalho do Comitê Estatal de Planejamento Familiar e lançou campanha educativa para evitar a gravidez entre as menores de idade.
Em outra iniciativa, as escolas de segundo grau já incluem no currículo aulas sobre "educação demográfica", em mais uma frente aberta pela China para enfrentar a ameaça da superpopulação.(JS)

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