São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Morte de Sharon Tate completa 25 anos

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Há exatos 25 anos, em 9 de agosto de 1969, cinco pessoas invadiram a casa do cineasta Roman Polanski, em Beverly Hills, Califórnia, mataram sua mulher, a atriz inglesa Sharon Tate –que tinha 27 anos e estava grávida de oito meses– e outras quatro pessoas.
Foi um dos crimes mais famosos do século. Sharon Tate era uma jovem atriz que impressionava pela beleza e tinha condições de se tornar estrela. Aparecera com destaque em "A Dança dos Vampiros" (67), do próprio Polanski.
Ele era, então, um diretor no apogeu. Nascido na Polônia em 1933, judeu, havia sobrevivido à perseguição nazista durante a 2ª Guerra. Revelou-se com "A Faca na Água", de 1962.
Em seguida passou a trabalhar na Europa ocidental, onde fez "Repulsa ao Sexo" (65), "Armadilha do Destino" (66) e "A Dança dos Vampiros". Em 1968, "O Bebê de Rosemary" marcava uma estréia bem-sucedida em Hollywood.
O assassinato de Sharon –encontrada com marcas de balas no corpo e enforcada– foi um mistério de alguns meses. Naquela noite, Polanski estava em Londres, em um restaurante. Alguém lhe perguntou: "Por que faz filmes absurdos?". Polanski: "Porque só o absurdo faz sentido."
Pouco depois recebeu a notícia da morte da mulher. O crime não teve solução imediata. A polícia interrogou uma série de suspeitos antes de chegar, no dia 3 de dezembro, à estranha seita satânica de Charles Manson.
Preso em 3 de dezembro de 1969, Manson esclareceu que o crime tinha por objetivo "castigar" pessoas com vida luxuosa.
Polanski fez seus dois filmes seguintes na Europa: "Macbeth" (71) e "Quê?" (72). Reencontrou o sucesso nos EUA, com "Chinatown" (74). Em 76, novo êxito: "O Inquilino", na França.
Em 1977, quando parecia ter reencontrado o equilíbrio entre a capacidade de fazer bom cinema e atingir públicos amplos, foi acusado, nos EUA, de ter relações sexuais com uma garota de 13 anos.
Polanski defendeu-se dizendo que não tinha sido o primeiro a transar com a menina. Acreditava-se perseguido por ser uma pessoa famosa. Após permanecer 42 dias numa prisão, deixou o país.
Charles Manson, hoje com 60 anos, foi condenado à morte e teve a pena transformada em prisão perpétua. Vive hoje na zona de alta segurança de uma prisão da Califórnia.
Seus quatro cúmplices converteram-se ao cristianismo e declararam-se arrependidos do crime. Também continuam presos.(IA)

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