São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Equipe acha possível conseguir US$ 700 milhões para reajuste

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a equipe econômica, é possível arrumar mais US$ 700 milhões no orçamento deste ano, para dar algum reajuste aos militares e ao funcionalismo. É muito pouco em relação às reivindicações.
Só para o funcionalismo civil, a proposta do ministro da Administração, Romildo Canhim, prevê um gasto adicional de US$ 1 bilhão de setembro a dezembro.
A equipe econômica diz que a única forma de arrumar os recursos adicionais será vendendo patrimômio público. Cerca de US$ 500 milhões poderiam ser obtidos com a venda de estoques de café.
Os outros US$ 200 milhões seriam pescados aqui e ali, em meio às contas do orçamento.
Havia uma idéia de se arrumar mais algum dinheiro com a venda de ações de estatais, que foi abandonada porque seria impossível organizar a venda para este ano.Para Canhim, o funcionalismo do Executivo merece reajuste de 28,8%, para equiparar com o Judiciário e Legislativo, que se concederam aquele aumento.
Para a equipe econômica, esses 28,8% foram ilegais e o governo federal não deveria ter repassado recursos para pagar o reajuste. Itamar Franco não topou a briga.
Canhim quer ainda unificar tabelas de vencimentos, beneficiando 800 mil funcionários. Seria o início da isonomia.
Para a equipe econômica, a isonomia tem de ficar para o próximo governo. No fundo, membros da equipe são contra a isonomia e esperam que o próximo Congresso modifique as regras.
Para a Fazenda, as propostas de Canhim fariam com que o gasto anual com o funcionalismo aumentasse em US$ 7 bilhões.
Colocar aí mais US$ 7 bilhões seria comprometer de vez as contas públicas, acha a equipe econômica. Já Canhim considera que a equipe está subestimando a receita e superestimando a arrecadação.
A proposta da Fazenda para arrumar os US$ 700 milhões só funciona em 94. O próximo presidente teria de começar tudo de novo.

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