São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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PDT vive luta por espólio de Brizola

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A possível derrota de Leonel Brizola à Presidência da República nem se consumou e já começa a luta pela conquista do espaço político no PDT depois da eleição.
O governador do Espírito Santo, Albuíno Azeredo, que não se candidatou a qualquer cargo eletivo nesta eleição, disse que "se o Brizola não for o vencedor, o PDT tem que ser outro" depois das eleições.
"Vamos ter que refletir no que a eleição resultou e encontrar um novo caminho para viabilizar o que o partido não conseguiu", disse o governador.
O candidato ao Senado pelo Rio, Jorge Roberto da Silveira, 41, diz que, no momento, está se formando a terceira geração do trabalhismo.
Para ele, depois de Getúlio Vargas, o fundador do PTB (precursor do PDT), veio a geração de João Goulart (presidente da República entre 1961 e 1964), Brizola e Roberto da Silveira (governador do antigo Estado do Rio e pai do candidato), agora, é a vez dos mais novos.
Nova geração
Silveira inclui nesta nova geração de trabalhistas os nomes de Jaime Lerner, Azeredo, Anthony Garotinho (candidato ao governo do Rio) e Noel de Carvalho (candidato a vice governador no Rio).
Azeredo diz que, a partir de janeiro, quando deixar o governo estadual, vai se dedicar à reestruturação partidária.
"Vou frequentar o partido a nível nacional para viver esta nova hora", diz o governador do Espírito Santo.
O candidato ao Senado pelo Rio diz que Brizola "tem a sabedoria de deixar a nova geração brotar com liberdade".
Ele dá como exemplo a escolha de Garotinho, 31, como candidato ao governo do Rio. "Brizola deixou as candidaturas ao governo fluírem dentro do partido".
Mesmo reconhecendo a "inquestionável" liderança de Brizola, Silveira acha que "seria inconcebível que nossa forma de atuar e pensar a política seja igual. Iguais são as idéias".
Espírito Santo
No Espírito Santo, a situação de Brizola não é das melhores. O candidato do PDT ao governo do Estado renunciou há uma semana e o partido resolveu apoiar a candidatura de Rozilda de Freitas, do PSDB.
Mesmo assim, garante Azeredo, Brizola continua tendo palanque no Estado.
"No nível estadual, fica todo mundo em um palanque, na sucessão presidencial, vamos ao palanque do PDT", disse.
O candidato pedetista está estacionado em 7% das intenções de voto para a Presidência, conforme pesquisa do Datafolha realizada nos dias 25 e 26 de julho.
Na região Sul, Brizola tem apenas 12% das intenções de voto, contra 32% de Lula (PT) e 25% de FHC (PSDB).

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