São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994 |
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Entenda por que o dólar cai
FERNANDO RODRIGUES; JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
A oferta excessiva pressiona há 40 dias a cotação para baixo. Por isso, o real fica cada vez mais valorizado em relação ao dólar. Antes de julho –antes do real, portanto–, também sobravam dólares no mercado comercial. Mas até que o Plano Real fosse adotado, o Banco Central (BC) comprava o excesso e mantinha a cotação do cruzeiro real, ao menos, no ritmo da inflação. Toda vez que o BC comprava dólares, emitia moeda nacional. Depois, para "enxugar" o excesso de dinheiro emitido, vendia títulos no mercado financeiro. Desde julho essa operação não é feita. Um dos pilares do Plano Real é a existência de uma meta rígida para a emissão de moeda. O BC diz que não emitiu um centavo desde 4 de julho para comprar dólares. O problema dos exportadores é que os seus custos são todos em reais. Um produtor de suco de laranja, por exemplo, compra adubo e paga seus funcionários em reais. Na hora de vender seu suco no exterior, o preço é em dólar. Como o valor do dólar está caindo há 40 dias, o exportador de suco recebe cada vez menos reais pelo produto exportado. Mas os custos internos continuam sendo altos. "Não se pode pagar menos salários para os funcionários", diz Luiz Fernando Furlan, diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Furlam diz que o problema foi "apresentado ao governo há um mês, houve uma promessa mas nada foi feito". No início do Plano Real, vários exportadores procuraram pessoas ligadas a Fernando Henrique para tentar solucionar o problema. Não tiveram sucesso. O candidato e os seus assessores econômicos conhecem bem o problema. Mas não têm muita escolha. Uma mudança brusca no câmbio poderia colocar em risco o plano e seus dividendos para a candidatura de FHC.(FR e JCO) Texto Anterior: FHC perde dinheiro com real forte Próximo Texto: Tucano promete mínimo a R$ 140 Índice |
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