São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Poluição do Tietê piora com Fleury

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumentou a poluição nas águas do rio Tietê durante o governo Fleury, em comparação com os índices verificados no último ano do governo de Orestes Quércia.
Em junho deste ano, o governo estadual lançou campanha publicitária prometendo que a poluição do rio cairia em 50% até o final de 94 (veja texto abaixo).
Os dados recentes sobre a poluição do rio foram obtidos com exclusividade pela Folha e confirmados pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), empresa estatal responsável pelas análises.
A constatação baseia-se nas variações do IQA (Índice de Qualidade da Água), relativo às amostras coletadas na estação Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba, no trecho final do rio dentro da região metropolitana de São Paulo.
O índice é medido a cada dois meses. A média anual em 90, último ano do governo Quércia, foi de 21,6, nota considerada "ruim" na escala de avaliação (veja quadro).
No governo Fleury, as médias anuais do posto caem gradativamente e situam-se no patamar "péssimo": 18,6 em 91; 18,3 em 92; 17,6 em 93; e 13,6 em 94.
Lineu Alonso, 43, coordenador-adjunto do Projeto Tietê, disse que o rio não está melhor nem pior e contesta o uso do IQA para medir a poluição (leia texto ao lado). O IQA é o índice oficial da Cetesb para medir a qualidade das águas.
O aumento da poluição pode ser verificado ainda pela quantidade de notas "ruim" e "péssima".
Ou seja: há um ano, as águas da estação são consideradas de péssima qualidade, altamente poluídas.
Outro fator aponta ainda o aumento da carga poluidora. Trata-se do DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). O índice mede a exigência de oxigênio da água para consumir o material orgânico.
A média anual do DBO na estação em 93 foi de 35,3 mg/l. No primeiro semestre de 94, a média do índice foi de 55,3 mg/l, correspondendo a uma variação de 56%.
"É o preço da Billings", diz Alcebíades Pacheco de Toledo Júnior, 53, da Diretoria de Normas e Padrões Ambientais da Cetesb.
Ele atribui o aumento da carga poluidora à proibição do bombeamento das águas poluídas do Tietê para a represa Billings.

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sobre o Tietê na pág. 3

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