São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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980 servidores receberam mais que ministro em junho

GILBERTO DIMENSTEIN
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dossiê concluído esta semana pela Secretaria de Administração Federal (SAF) relaciona o nome de 980 servidores que, em junho passado, receberam salários superiores ao de ministro de Estado. Há casos em que o salário líquido chega a R$ 12 mil.
A lei 8.112 proíbe que qualquer funcionário público receba salário superior ao de ministro de Estado –cerca de R$ 3,4 mil líquidos.
Este dossiê é uma das pistas para investigação sobre os "cadastradores fantasmas" que entraram clandestinamente nos sistemas que prepararam a folha de pagamento.
Há casos, porém, regulares: acúmulo de pagamentos e férias, ou decisões judiciais que elevam o salário num determinado mês.
A descoberta foi realizada a partir de um relatório confidencial preparado pelo Serpro (Serviço de Processamento de Dados). Ele lista todos os funcionários que ultrapassaram o teto salarial.
O documento foi enviado à SAF, onde passou por auditoria. Dos nomes analisados, 980 estavam ilegais. Os dados foram repassados às secretarias de controle interno das respectivas repartições.
Estão sendo elaboradas listas de funcionários cujos salários excederam o teto não só em junho, mas em todo este ano. Será encaminhado à Secretaria Geral de Controle, ligada ao Palácio do Planalto.
A partir dessa lista, é possível descobrir como foram depositados rendimentos a mais, chegando-se até o operador e sua senha.
Até o início deste ano, caso o salário superasse o limite, o operador poderia desligar um controle e, assim, passaria sem fiscalização.
Depois de descobertos os desvios, em novembro de 93, o Serpro adotou medidas de segurança para impedir essa prática.

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