São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Terapia genética livra células do HIV

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Terapias experimentais contra a Aids estão atacando o vírus causador da doença, o HIV, em duas frentes, segundo revelado ontem na 10ª Conferência Internacional sobre a Aids, em Yokohama (cidade japonesa perto de Tóquio).
A pesquisadora Flossie Wong-Staal faz o que se poderia descrever como uma "imunização" interna das células.
Ela e seus colegas inseriram genes (unidades de código genético) em células, tornando-as capazes de destruir a essência do vírus, seu ácido material genético (na forma de RNA, ácido ribonucléico).
Esse "fortificante" celular, ou gene "ribozima", pode parar a multiplicação do vírus.
O próximo passo da pesquisa é descobrir como fornecer essas células ao paciente.
Segundo Wong-Staal, o ideal seria inserir o gene nas "células-mãe" das células de defesa. O problema é que elas são difíceis de encontrar. A equipe da médica pensa em usar células que permanecem no cordão umbilical e na placenta após o nascimento do bebê, pois entre elas estão algumas que mais tarde dariam origem a um tipo de célula de defesa, os macrófagos.
Os macrófagos geralmente são vítimas do HIV. Mas quando ela inseriu o gene ribozima nessas células ancestrais os macrófagos foram capazes de resistir ao vírus. Ela gostaria de testar a terapia em crianças nascidas com o vírus.
Já Philip Greenberg e sua equipe trabalham com a substituição das células perdidas. Eles procuram desenvolver células de defesa tipo CD8 em laboratório. Essas células são importantes para combater o vírus, mas dependem de outras, as CD4, para se multiplicar. As CD4 são alvo do HIV, porém.
Greenberg tem inserido genes nas células CD8 para que elas dispensem a presença da CD4, e tem tido resultados encorajadores.

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