São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994 |
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PT tenta unificar discurso sobre Real
CARLOS EDUARDO ALVES
Depois de apostar no fracasso do real como alavanca da candidatura FHC, Lula vem alternando críticas às medidas econômicas com um envergonhado discurso pela manutenção da moeda, caso seja eleito. O vaivém do discurso petista esconde, na verdade, a esperança que o plano faça água antes pelo menos no segundo turno da eleição presidencial, em novembro. É consensual no partido que a queda de Lula e a subida de FHC na corrida presidencial devem-se aos efeitos do real. O caminho para sair da dubiedade, no entanto, não foi achado ainda. O presidente do PT, Rui Falcão, oficialmente prefere atribuir a subida de FHC à "ação máxima da máquina do governo, empresários e banqueiros" pela candidatura do peessedebista. O balanço preparatório para a reunião de sábado começa hoje com a reunião da direção do PT com os coordenadores das campanhas estaduais do partido. O diretório vai discutir novamente a possibilidade de o partido retirar a candidatura própria ao governo da Paraíba para apoiar Antônio Mariz (PMDB), que em troca daria aval a Lula. A idéia ainda enfrenta resistência no PT paraibano, que deve ser pressionado pela direção da campanha de Lula, interessada em criar um fato para sair do gueto político. O mesmo problema ocorre no Rio Grande do Norte. O PT local deve ser novamente pressionado a apoiar Wilma Faria, candidata do PSB ao governo potiguar. Mudanças na TV O programa de TV de Lula será modificado. O publicitário Paulo de Tarso Santos decidiu que Lula tem que enfatizar suas propostas de governo para tentar apagar a imagem de apostador do caos, que persiste em setores do eleitorado. A modificação foi determinada com base em pesquisas qualitativas encomendadas pela direção da campanha de Lula. Os trabalhos atestaram que está dando certo a tática tucana de apresentar FHC como o candidato que também conhece os problemas do país e tem as soluções para resolvê-los. Lula preferencialmente passará a aparecer no vídeo sem o terno e gravata que o vem acompanhando na TV. O programa será analisado na reunião do diretório. "Muita gente está criticando o programa", afirmou Gilberto carvalho, secretário-geral do PT. Mas não se cogita a substituição de Santos. Texto Anterior: Quércia corta o peru! Próximo Texto: Ibope não diz quem pediu o teste anti-Lula Índice |
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